O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou nesta quinta-feira que o governo pode adotar medidas para conter a depreciação do dólar no futuro. De acordo com Mantega, a perspectiva de o país alcançar o nível de “grau de investimento” tem elevado o interesse dos investidores pelo país. E quando a reclassificação for confirmada, espera-se que os fundos de pensão internacionais aportem recursos no Brasil, o que deve aumentar ainda mais a oferta de dólares e pressionar a baixa nas cotações. “Aí, vamos pensar em como fazer em relação à queda do dólar”, afirmou o ministro.
Questionado sobre que tipo de medidas tomaria, ou se reproduziria modelos implementados em outros países para evitar a forte valorização da moeda local, Mantega respondeu que o governo ainda está “pensando” e disse que não iria “adiantar nada”. Mas descartou a chance de copiar. “Não podemos seguir exemplos de outros países, porque são diferentes do Brasil e seguiram caminhos diferentes”, justificou. Por ora, para tentar reduzir as pressões no preço do dólar, o Banco Central segue comprando reservas ” e baixando os juros a patamares que os diretores acham acertado ” , afirmou o titular da Fazenda.
Mantega disse ainda que o ingresso “inesperado” de dólares da Arcelor Mittal, ” entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões para distribuição a acionistas ” , colocou maior pressão sobre o câmbio nos últimos dias. Agentes no mercado citaram que houve entradas nesta jornada relacionadas a empresa. Na próxima segunda-feira, termina o prazo para adesão dos minoritários da Arcelor Brasil à Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) feita pela controladora Arcelor Mittal. A estimativa é de que o valor a ser desembolsado pela Arcelor Mittal para a recompra das ações fique em torno de US$ 5 bilhões. Hoje, o dólar caiu 0,87%, vendido a R$ 1,925.
(Azelma Rodrigues e Paula Laier | Valor Online)