O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou com a possibilidade de um aumento na taxa básica de juros, se houver aumento na inflação nos próximos meses. A declaração foi dada nesta terça-feira durante um seminário com empresários ligados ao Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
“O governo não vai mudar seu compromisso de cumprir as metas de inflação e sua responsabilidade fiscal e monetária. Se houver problema de inflação, vamos ter de subir juros. Não vamos deixar de seguir nossas metas fiscais”, disse o ministro.
Contudo, o ministro disse que não vê um aquecimento excessivo da economia, que possa gerar pressão inflacionária. Mantega avaliou que a economia está crescendo de forma sustentável, porque tem “forte componente de investimento e porque não cria desequilíbrios macroeconômicos”.
Segundo ele, a inflação deste ano não fugirá da meta, “mesmo que a economia cresça entre 5% e 5,5%”.
Eleições
Mantega se mostrou preocupado com as implicações que as disputas políticas em um ano que define qual será o próximo presidente da República podem gerar.
“O ano eleitoral pode trazer alguma perturbação para a economia. É preciso que fiquemos atentos para que não haja uma perturbação já que nós atravessamos uma situação muito boa”, afirmou.
O ministro apontou a possibilidade de um “pacto” para que a política econômica do País seja mantida e não haja alterações mais drásticas de rumo.
“Não vamos admitir provocações. Não podemos cair no canto da sereia. É preciso continuar gerando emprego e o próximo governo pode ser melhor do que este. Não faltarão desafios para os novos governantes. O Brasil vai bem, mas pode melhorar. É preciso fazer um pacto para que este caminho possa ser trilhado por muitos anos”, disse.
Ele rearirmou a disposição do governo de cumprir “à risca” a meta de superávit primário deste ano, de 3,3%. “Não devemos permitir que haja perturbação desse momento muito bom.”
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participa do seminário e deve falar aos empresários ainda na manhã desta terça.
Com informações da agência Reuters.