O atrito começou após o auxiliar João Martins, que assumiu a função de técnico contra o Athletico-PR, dizer que ‘é ruim para o sistema’ ter o Verdão sendo campeão do Brasileiro duas vezes consecutiva
A Mancha Verde, principal organizada do Palmeiras, emitiu uma nota, para declarar “guerra” contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No comunicado, a uniformizada defende a diretoria do Verdão, que entrou em rota de colisão após a partida contra o Athletico-PR, válida pela 13ª rodada do Brasileirão. No texto, o grupo afirma que o time está sendo perseguido pela arbitragem e lista possíveis erros contra o time nos jogos diante de Red Bull Bragantino, Atlético-MG, Bahia e Athletico. Para a Mancha, a nota emitida pela direção não é suficiente. “É importante, mas é preciso ir além, não poupando esforços para blindar elenco e comissão técnica na fase decisiva da temporada”, declarou.
O atrito entre CBF e Palmeiras começou após o auxiliar João Martins, que assumiu a função de técnico contra o Furacão, dizer que “é ruim para o sistema” ter o Verdão sendo campeão do Brasileiro duas vezes consecutiva. Nesta segunda, a entidade afirmou que o português adotou um tom xenófobo na declaração e bateu o palmeirense com alguns argumentos. Logo após a nota da CBF, a diretoria defendeu seu profissional e rebateu os argumentos do órgão com uma lista de questionamentos. O caso será levado ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Leia a nota da Mancha Verde íntegra abaixo:
AGORA É GUERRA, CBF!
A CBF já não faz questão de disfarçar. Como se não bastassem os sucessivos ‘erros’ de arbitragem, a entidade que comanda (?) o futebol brasileiro assumiu hoje, com todas as letras, o caráter persecutório contra o Palmeiras e, em especial, contra a sua comissão técnica.
Ao partir para o ataque contra o auxiliar técnico João Martins, a CBF se coloca em uma trincheira oposta a um de seus afiliados (justamente o mais vencedor de todos), explicita a perseguição contra a comissão técnica formada por portugueses, e tenta jogar uma cortina de fumaça sobre as atrocidades cometidas em ao menos quatro jogos do Brasileirão:
– o árbitro do “sem querer, querendo” contra o Bragantino;
– o golaço de bicicleta de Rony confiscado no Mineirão;
– a bola que entrou na Fonte Nova, menos para o VAR;
– a agressão que não levou à expulsão de um jogador do CAP.
A análise dos lances aponta para dois elementos recorrentes: 1) a estreita colaboração entre árbitros e operadores do VAR; e 2) a validação, por vezes debochada, do capanga que ocupa a posição de chefe da comissão de arbitragem da CBF. Só o que não se vê é qualquer esforço da entidade para aprimorar o nível dos juízes e adotar tecnologias que possam garantir a isonomia das competições.
A Mancha Alvi Verde declara-se totalmente alinhada à comissão técnica e aos jogadores, e entende que cabe à diretoria seguir adiante na defesa dos interesses do clube, sem esmorecer e sem preocupação com vaidades ou interesses particulares. A nota oficial lançada há pouco é importante, mas é preciso ir além, não poupando esforços para blindar elenco e comissão técnica na fase decisiva da temporada.
Parece-nos que a combinação arbitragem + VAR e a declaração de guerra da CBF ecoam a fala estarrecedora de um dirigente da entidade lá em 2021, em resposta a uma reclamação sobre o calendário: “Quem mandou [o Palmeiras] querer ganhar tudo?”
Pois esta é a vocação da Sociedade Esportiva Palmeiras: lutar para ganhar tudo. Lamentamos que isso não seja bem visto por quem dirige (?) o futebol brasileiro, mas seguiremos firmes nesse propósito. Inclusive, se preciso for, contra CBF, árbitros e VAR.
JovemPan