Pedro Paulo Pereira da Silva, 31 anos, encontrado morto em 15 de abril, inicialmente não foi identificado
A Polícia Civil prendeu, um dos envolvidos na morte e ocultação de cadáver de um rapaz, cujo corpo foi localizado em um bairro da região Sul de Cuiabá, em abril deste ano.
Policiais civis da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa cumpriram a prisão temporária do investigado de 33 anos, que responde pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa.
Pedro Paulo Pereira da Silva, 31 anos, encontrado morto em 15 de abril, inicialmente não foi identificado. Seu corpo foi localizado em uma rua não-pavimentada no Jardim Humaitá, parcialmente carbonizado e enrolado em um cobertor. A vítima apresentava diversas lesões na cabeça.
Morte e ocultação de cadáver
A partir da investigação instaurada pelo delegado Caio Fernando Albuquerque, a equipe policial reuniu diversas informações sobre a vítima, que possibilitaram à Polícia Civil identificar duas pessoas envolvidas diretamente no homicídio.
A apuração levantou ainda que a vítima foi morta em uma residência no bairro Jardim Presidente 2 e o corpo desovado no Jardim Humaitá. Informações coletadas no curso da investigação apontam que foram ouvidos gemidos e gritos de agonia vindos da residência, assim como vozes de duas pessoas no local.
Com a identificação da residência, foram realizadas perícias que indicaram que o local foi lavado, no intuito de apagar os vestígios de sangue da vítima que foram encontrados em diversos pontos da casa, além de objetos. Após a execução do crime, os dois suspeitos não foram mais vistos na região.
Durante as diligências, os investigadores identificaram também uma camionete que teria sido usada para transportar a vítima da casa onde foi morta até o lugar onde o local em que o corpo foi desovado. Em depoimento, o proprietário do veículo declarou que emprestou a camionete, uma S10, a um dos suspeitos do crime, que a devolveu lavada.
As informações reunidas no inquérito indicaram que o crime foi cometido porque, supostamente, a vítima teria cometido crimes no bairro onde residia e, assim, teve a morte ‘decretada’ por intregrantes de uma facção criminosa em um ‘tribunal do crime’. Pedro Paulo sofreu diversos espacamentos.
“A vítima foi agredida, seguramente, por mais de um executor, o que se evidencia pela quantidade de lesões e decidiu-se pela morte de Pedro Paulo como forma de punição por seus comportamentos, notadamente por supostos danos causados a moradores”, explicou o delegado Caio Fernando, acrescentando que o comparsa do investigado, preso na segunda-feira, também teve a prisão decretada e está foragido.
Caio Fernando destaca ainda que a equipe policial continua com as investigações para apurar o possível envolvimento de terceiros.
Mortes a mando de facções
O esclarecimento do homicídio de Pedro Paulo faz parte do trabalho concentrado implantado neste ano pela DHPP, que reuniu em um mesmo cartório da unidade policial todas as investigações cujos indícios apontam para o envolvimento de integrantes de organizações criminosas.
O trabalho na unidade que apura os crimes dolosos contra a vida na região metropolitana foi adotado para otimizar a atuação das equipes policiais na apuração de homicídios consumados relacionados ao mesmo grupo criminoso o que, na opinião do delegado titular da DHPP, Fausto Freitas, auxilia a polícia a entender melhor como agem esses criminosos e como a força policial pode trabalhar para esclarecer os crimes e chegar às prisões dos autores.
“O núcleo operacional criado para atuar especificamente nesse tipo de investigação consegue, desta forma, fazer um enfrentamento mais qualificado ao tipo de homicídio praticado, unindo informações que às vezes estavam espalhadas em outras equipes. Com todas agora concentradas em uma única equipe, é posível identificar as ligações entre vários crimes ocorridos, conhecendo as regiões, locais de ocorrência, quem está por trás”, reforçou Fausto.