O feriado de Carnaval se aproxima, e para aproveitar os dias de folia sem correr risco, é preciso lembrar de tomar alguns cuidados com a saúde. Para prevenir a gravidez indesejada e evitar a transmissão de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), como a Aids, o governo federal deu início à campanha que vai distribuir 77,1 milhões de preservativos em todos os estados.
A ideia é evitar que o vírus HIV se espalhe entre os jovens de 15 a 24 anos. Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas nessa faixa etária são as que menos usam camisinhas. A Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas indica queda no uso regular do preservativo entre os que têm de 15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais &ndash de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013 &ndash como com parceiros fixos &ndash queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013.
Uma das justificativas sobre o jovem não ter o hábito de usar camisinha é o fato deles não terem vivido o risco de morte da doença na década de 1980. Os mais velhos viram ídolos morrendo de Aids, como Cazuza. Mas, hoje, o tratamento é gratuito e está disponível no SUS. O fato é que as pessoas não estão mais morrendo, embora percam qualidade de vida. Então, é preciso que a população entenda o risco que envolve a transmissão da Aids e se proteja. Queremos evitar que novos casos, todos os anos, se somem aos 800 mil brasileiros que já têm o vírus, completou o ministro Ricardo Barros.
Epidemia
O hábito de não usar camisinha tem impactado diretamente com o aumento de casos de HIV e Aids entre os jovens. No Brasil, a epidemia avança na faixa etária de 20 a 24 anos, na qual a taxa de detecção subiu de 15,6 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 21,8 casos em 2015. Entre os mais jovens, de 15 a 19 anos, o índice mais que dobrou, passando de 2,8 em 2006 para 5,8 em 2015.
Outra característica preocupante é que, dentre todas as faixas etárias, a adesão ao tratamento nesse grupo é a mais baixa. Apenas 29,2% dos 44 mil jovens identificados no Sistema Único de Saúde (SUS) com a doença estão em tratamento.
Os dados mostram que a cobertura cresce à medida que aumenta a idade das pessoas vivendo com HIV e Aids. Na faixa de 25 a 34 anos, esse percentual é de 77,5%, mantendo-se superior a 80% em todas as outras faixas etárias até chegar a 84,3% entre os indivíduos acima de 50 anos.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano passado, 827 mil pessoas vivem com o HIV. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, no período de 2010 a 2015.
Teste
No Brasil, os testes são feitos a partir da coleta de sangue ou fluido oral, e o resultado de testes rápidos oferecidos pela rede pública ficam prontos em até 30 minutos. Os exames realizados no Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) detectam a presença de anticorpos que combatem o vírus no sangue e que são produzidos 30 dias após a infecção.
Segundo o Ministério da Saúde, 260 mil pessoas vivem com HIV, mas ainda não estão em tratamento. Outros 112 mil brasileiros têm o vírus, mas não foram diagnosticados.
Campanha de Carnaval
A campanha do Ministério da Saúde envolve ainda a divulgação de vídeos e spots de rádio que serão veiculados até 28 de fevereiro e incentivam o uso das camisinhas. Além disso, nos nos blocos de rua em Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Brasília, Olinda, Ouro Preto, Diamantina e Florianópolis, o Homem Camisinha vai distribuir preservativos aos foliões.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde
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