Os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) também estão atingindo o quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Saúde. Para se ter uma ideia, estão afastados do trabalho 1.504 servidores da Saúde por fazerem parte do grupo de risco (maiores de 60 anos, imunodeprimidos e/ou portadores de doenças crônicas). Todos estes pedidos de afastamento foram periciados e deferidos pelo médico do Trabalho da Coordenadoria de Gestão de Pessoas da SMS.
Em toda a rede de saúde do município estão afastados 208 médicos, 96 enfermeiros, 153 auxiliares de enfermagem e 140 técnicos de enfermagem. “Estes são servidores que ficam na linha de frente, lidando direto com os pacientes. São 597 profissionais da saúde que estão fazendo muita falta, principalmente neste momento difícil que estamos passando, devido a esta pandemia. Temos recebido um grande fluxo de pacientes e estamos com quase 600 trabalhadores a menos. Um trabalho que já não era fácil, agora se tornou um desafio ainda maior”, comentou o secretário municipal de Saúde, Luiz Antonio Pôssas de Carvalho.
Vale salientar que este número não inclui os servidores que estão afastados temporariamente por contraírem a Covid-19. O déficit de profissionais de saúde está impactando diretamente no atendimento de pacientes que procuram as UPAs e Policlínicas.
“Com o grande número de pessoas infectadas na Capital, todas as UPAs e Policlínicas estão lotadas de pacientes procurando atendimento. Fazemos o possível para atender todos que procuram as unidades, mas as pessoas precisam estar cientes que estamos vivendo um momento atípico, onde muita gente está ficando doente ao mesmo tempo, e com o número reduzido de profissionais, inevitavelmente a unidade hospitalar fica sobrecarregada”, explicou Luiz Gustavo Raboni Palma, secretário adjunto de Assistência em Saúde.
Outra dificuldade encontrada é em relação à contratação de profissionais para suprir a demanda das unidades. “Não é apenas a rede municipal que está sofrendo com este grande número de afastamentos. Isto está acontecendo em toda a rede hospitalar, tanto pública quanto privada. Sendo assim a demanda por estes profissionais está muito alta e bastante difícil contratar mais pessoas para trabalharem na linha de frente, mesmo porque a maioria já trabalha em outros locais e muitas vezes o tempo que disponibilizam para nós não atende a nossa necessidade”, comentou o adjunto.
Diante desta situação do crescimento dos casos de Covid-19, em Cuiabá e em todo o estado, o secretário Pôssas ressalta a importância do isolamento social. “Desde o começo do combate à pandemia em Cuiabá eu e o prefeito Emanuel Pinheiro temos feito apelos à população para manterem o isolamento social e saírem apenas para realizar tarefas estritamente necessárias. Neste momento essa recomendação está no nível máximo. Não adianta montarmos mil leitos de UTI em Cuiabá, se as pessoas continuarem a agir como se não estivéssemos em uma pandemia, porque vamos lotar as mil UTIs e ainda vai ter gente precisando. Agora, mais do que nunca, precisamos que a população entenda que este vírus não está de brincadeira e que se protejam. Nós estamos fazendo a nossa parte, mas precisamos do empenho de toda a população para vencermos este vírus com o menor número de óbitos possível”, finalizou.