Civis começaram a deixar o território após o início da ofensiva do Azerbaijão na semana passada; nações participarão de reunião nesta terça-feira, 26, com a presença da União Europeia
Mais de 13 mil refugiados que viviam em Nagorno-Karabakh fugiram para a Armênia desde o início da ofensiva do Azerbaijão na região. A informação foi confirmada pelas autoridades armenas nesta terça-feira, 26. A única rota terrestre de saída do território, o corredor de Lachin, registra grande movimento e engarrafamentos. A fuga dos civis continua intensa mesmo após o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, prometer que irá garantir os direitos dos armênios que optarem por permanecer no território. O governo do Azerbaijão prometeu que iria permitir a fuga de rebeldes que entregassem suas armas. Ao todo, o território de Nagorno-Karabakh tinha 120 mil habitantes antes da ofensiva relâmpago iniciada em 19 de setembro. As autoridades da Armênia se preparam para receber até 40 mil refugiados que deixaram a região do conflito. Segundo balanços iniciais, 200 pessoas morreram na primeira semana da ofensiva de Baku. Em meio à fuga dos armênios uma explosão em um depósito de combustíveis na noite (horário local) de segunda-feira, 25, na região deixou ao menos 20 mortos e 280 feridos, segundo as autoridades separatistas. “Dezenas de pacientes permanecem em estado crítico”, diz um comunicado emitido pelas autoridades.
Duas ex-repúblicas soviéticas, Armênia e Azerbaijão já viveram duas guerras nas últimas três décadas pelo controle de Nagorno-Karabakh. A primeira durou entre 1988 e 1994, enquanto a segunda aconteceu em 2020. No último conflito, a Rússia, que exerce influência na região, mobilizou esforços e organizou um tratado de paz. Nesta terça, a União Europeia (UE) deverá receber representantes dos dois países em Bruxelas para uma reunião. Representantes da Alemanha e da França, duas das lideranças do bloco, também estarão presentes. Em 5 de outubro, o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, e Ilham Aliyev se reunirão no Sul da Espanha para um encontro que já estava agendado e não foi cancelado. Olaf Scholz, chefe de governo da Alemanha, Emmanuel Macron, presidente da França, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, estarão presentes no encontro.
AFP-JovemPan