Desde o início das obras para a Copa do Mundo de 2014, já foram retiradas de canteiros centrais e avenidas de Cuiabá eVárzea Grande, região metropolitana da capital, cerca de 1.670 árvores, entre elas, espécies nativas de Mato Grosso. Até hoje, desse total, apenas 267 árvores foram replantadas, sendo que o restante foi descartado. Entretanto, segundo Ronaldo da Costa Marques, engenheiro da Prefeitura de Cuiabá, já existe um projeto que prevê o plantio de 2.500 árvores pelos municípios, como forma de neutralizar os impactos.
A implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é umas das principais causas dessa retirada. Com dois eixos, CPA-Aeroporto e Coxipó-Centro, o modal será implantado no canteiro central das avenidas Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), FEB, 15 de Novembro, Tenente-Coronel Duarte (Prainha), Coronel Escolástico e Fernando Corrêa da Costa.
saiba mais
Alfredo Pereira, gerente de um restaurante localizado na Avenida do CPA, conta que já sentiu as consequências da retirada das árvores. “Cuiabá já é quente e sem árvores ficou ainda mais. Pelo menos antes, as árvores davam um pouco de sombra”, lamentou.
De acordo com Ronaldo da Costa Maques, engenheiro da prefeitura responsável pelo Horto Florestal, algumas das árvores retiradas já foram reaproveitadas em alguns locais de Cuiabá. “Eu posso elencar a Avenida das Torres, a região da ponte Sérgio Motta e a Praça do Coophamil”, relatou.
Segundo ele, a retirada das árvores foi feita dentro da legalidade, e já existe um projeto em fase de término que prevê o plantio de 2.300 árvores. “Estamos esperando terminar as obras da Copa para fazer a reposição. De acordo com a lei municipal, costuma-se colocar 70% de árvores nativas, e nós replantaremos as mesmas espécies que foram retiradas para [implantar] o VLT”, pontuou o engenheiro. Entre as espécies que deverão ser plantadas pelas ruas da capital estão o ipê amarelo e o ipê roxo.
O consórcio responsável pela construção do Veículo Leve Sobre Trilhos informou que deverá repor as árvores retiradas e reconheceu que as obras causam impacto ambiental. A empresa informou também que faz parte de um projeto que tem o objetivo de diminuir a emissão de gases de efeito estufa. “Os principais fatores de emissão nesse caso são o concreto, o ferro e o óleo diesel. Mas, obviamente, a gente levou em consideração todos os fatores, inclusive das 35 empresas terceirizadas e de todos os funcionários”, explicou o advogado da empresa, Ewerson Duarte da Costa.
G1-MT