Mais 2 acusados de desvio da arrecadação de impostos se entregam hoje

Mais dois suspeitos de envolvimento no esquema que burlava a arrecadação do IPTU e de outros impostos de Cuiabá devem se apresentar a Polícia Civil nesta quarta-feira (21). Dos seis mandados de prisão que estavam em aberto, três ainda não foram cumpridos. O terceiro foragido se entregou na semana passada. Até o momento, 15 pessoas foram detidas. 



A informação destes cumprimentos de mandados é da delegada fazendária Liliane Murata, que, juntamente com o delegado Rogério Modeli, coordena as investigações. De acordo com ela, a expectativa é de que os demais foragidos também se apresentem à polícia nos próximos dias. “Teve um que se entregou na quarta-feira passada e outros dois, seus advogados já nos procuraram e avisaram que eles vão se apresentar nesta quarta”. 



Por conta disso, a lista com nome dos servidores efetivos e contratados envolvidos no caso ainda não foi repassada para o prefeito Chico Galindo (PTB). “Vamos analisar tudo que foi produzido até o momento, interrogatórios e documentos, e também esperar essas outras pessoas se apresentarem, para encaminhar um relatório preliminar para a prefeitura”, pontua a delegada. 



Segundo ela, os nomes devem ser entregues ao petebista ainda esta semana. Galindo tem conhecimento apenas de um funcionário comissionado que é considerado pela polícia como um dos principais integrantes do esquema. 



De acordo com Liliane, era ele quem administrava o banco de dados da prefeitura e, por isso, responsável por dar baixa nas dívidas, como se elas tivessem sido pagas. O servidor já foi exonerado. 



Galindo aguarda a divulgação dos outros fraudadores para instaurar um procedimento administrativo interno e afastar os servidores efetivos de seus cargos. 



Após denúncia do próprio prefeito, a Delegacia Fazendária e o Ministério Público Estadual prenderam, no último dia 9, 14 pessoas, sendo dez servidores da prefeitura e quatro empresários e autônomos. Documentos também foram apreendidos. 



Por se tratar de prisão temporária, os suspeitos presos já foram ouvidos e liberados pela polícia. Como o processo administrativo ainda não foi instaurado, os mesmos também poderiam voltar ao trabalho. Desta forma, para os cofres públicos não serem lesados novamente, as senhas de acesso ao sistema de banco de dados foi toda alterada. 



A fraude estaria acontecendo há mais de dois anos, com oito modelos diferentes, e os funcionários recebiam de R$ 50 a R$ 5 mil por cada atividade. Entre os “serviços” oferecidos estavam à emissão de certidões, liberação de alvarás de funcionamento, aprovação de projetos, fiscalização irregular de obras e abatimento de multas, redução do valor do ITBI e do ISSQN, baixa em dívidas do IPTU e de contas de água da Sanecap. 



Ainda não se sabe ao certo quanto foi desviado. Contudo, levantamento prévio apontou que, em dez dias, a prefeitura teve um desfalque de R$ 1,3 milhão.