quinta-feira, 21/11/2024
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Madeireiros cobram mais competencia da Sema

Representantes das cidades ‘madeireiras’ de Vera e Feliz Natal – ao norte de Cuiabá – são as mais prejudicadas pelas operações madeireiras deflagradas na região.

Os empresários participaram ontem, de uma reunião realizada em Sinop (503 quilômetros ao norte da Capital), que discutiu junto com lideranças políticas, a atual situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) com o objetivo de tentar encontrar soluções para a morosidade do sistema de liberação de licenças ambientais e planos de manejo florestal.

O prefeito de Feliz Natal (536 quilômetros ao norte de Cuiabá), Manoel Messias Sales, deixou clara sua preocupação com a sobrevivência do município, já que o setor madeireiro representa 80% da economia e das 87 madeireiras da cidade, somente duas estão funcionando. Segundo ele, oito foram paradas pelas operações, quatro na Mapinguari e quatro na Guilhotina, e as demais estão paradas porque não conseguem liberação dos projetos de exploração de florestas, portanto, sem matéria-prima. “Não temos horizontes, não temos expectativas futuras, esse medo que norteia os empresários, servidores, engenheiros, todos da área, é que trava o setor. Atualmente, estamos tentando a liberação de um projeto que vai atender dez madeireiras. Estávamos quase conseguindo, logo depois da Mapinguari, momento em que os empresários tinham dado aviso prévio para todos os funcionários. Assim que recebemos a notícia de que o projeto seria liberado, os madeireiros rasgaram os avisos, então veio a Guilhotina e novamente travou a liberação. Agora não sei como eles [madeireiros] estão fazendo com o quadro de trabalhadores”.

Feliz Natal tem 1,16 milhão de hectares e somente 115 mil hectares estão abertos, além de 500 mil hectares que são de áreas indígenas. O município tem 12 mil habitantes e das madeireiras que estão fechadas já são cerca de 300 desempregados, além dos 200 desempregados das empresas que estão lacradas e paradas por tempo indeterminado.

O empresário Benício Boeng, que também representa o sindicato dos madeireiros de Vera (458 quilômetros ao norte de Cuiabá), acredita que a legislação deve ser mudada, só assim as indústrias vão conseguir voltar ao funcionamento normal. “Nós temos florestas, temos árvores, mas não podemos derrubar. A legislação não permite que derrubemos, porque 50% da área florestal de Vera já foi explorada e por isso não conseguimos os projetos”. Vera tem hoje cerca de 20 indústrias madeireiras de grande porte, nove estão lacradas e as outras 11 estão funcionando com uma redução de pelo menos 20% no quadro de funcionários. O desemprego já atinge a faixa de 500 pessoas.

O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer, criticou a suspensão de 38 engenheiros florestais na região. Segundo ele não haveria a necessidade de tal ação, já que dos 118 planos aprovados no nortão, somente seis apresentaram problemas. “Sabemos que o problema no setor é de longa data, mas é um problema de gestão da Sema. A Secretaria generaliza e todos os engenheiros acabam sendo supostamente envolvidos nos crimes ambientais. Já passamos pelo problema da morosidade na liberação, agora com a suspensão dos profissionais a situação vai ficar ainda mais complicada”.

DC

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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