Lula escolheu homens para 73% das vagas do Judiciário
A nomeação majoritariamente masculina para cargos importantes no Judiciário, bem como no governo, parece estar marcando o atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao contrário das propostas mais centradas na inclusão de minorias em seus mandatos anteriores, essa nova postura pragmática de Lula aponta para uma diminuição da representatividade feminina.
Um relatório do UOL revela que nos primeiros cinco meses de sua administração, 73% das vagas no Judiciário foram preenchidas por homens, com 24 dos 33 novos juízes sendo homens e apenas nove mulheres. Os novos indicados foram posicionados em tribunais de segunda instância, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, como parte de uma estratégia para acomodar o centrão, a presidência parece estar substituindo ministras do gabinete por membros do centrão. Como resultado, apenas 10 das 37 posições ministeriais são atualmente ocupadas por mulheres.
A esposa do presidente, Janja da Silva, tem tentado resistir a essas mudanças, embora suas preferências nem sempre sejam levadas em conta. Por exemplo, acredita-se que ela estava insatisfeita com a decisão de demitir Ana Moser, a ministra do Esporte, mas Lula já confirmou que será necessário abrir mão da colaboração da ex-atleta. De maneira semelhante, no Judiciário, a chance de uma mulher substituir Rosa Weber, que deve se aposentar em outubro, é cada vez menor. Lula já sinalizou que prefere indicar para o STF pessoas com quem tem uma relação próxima, e, no momento, não parece ter tal relacionamento com nenhuma mulher no Judiciário.
UOL.