O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, uma nova ordem econômica mundial, que recompense a produção e não a especulação, além de ter ressaltado a necessidade de defesa dos direitos dos pobres.
“Como dirigente de um país em desenvolvimento, espero que da crise surja uma nova ordem internacional que recompense a produção e não a especulação”, afirmou o presidente do Brasil.
“Esta nova ordem também deve respeitar as normas meio ambientais viáveis e transformar o comércio internacional em um instrumento de desenvolvimento para uma distribuição mais justa da riqueza”, completou Lula, antes de participar em uma reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a crise.
O presidente pediu que todos os países, ricos e pobres, debatam juntos a crise, suas causas, efeitos e as soluções. Também denunciou no discurso, muito aplaudido pelos membros do Conselho, os “efeitos perversos” da crisis, que afeta os emigrantes e os mais pobres, que não são os responsáveis pela recessão que afeta vários países.
Lula recordou que prestar atenção aos direitos humanos é uma parte indispensável de qualquer estratégia para superar os efeitos da crise mundial que explodiu em setembro de 2008.
“A crise financeira, que nasceu da desregulamentação das economias mais ricas, não é um pretexto para estimular o descumprimento das obrigações de cada Estado com a promoção e a proteção dos direitos humanos”, explicou o presidente, que deve se reunir em Genebra com o colega francês Nicolas Sarkozy.
“Também não deve levar ao descumprimento dos compromissos com os mais necessitados”, completou, antes de lembrar que o Congresso do Brasil acaba de aprovar uma lei que regulariza a situação de milhares de emigrantes.
Após a visita a Genebra, Lula viajará para a Rússia, onde participará hoje terça-feira da reunião dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
Fonte: AFP