O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no Rio, que em vez de desonerar as empresas de impostos, prefere dar dinheiro para a população comprar. Desde o agravamento da crise, o setor automobilístico e de eletrodomésticos recebeu isenção ou desoneração do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados).
“O que vai fazer a economia do mundo se recuperar é as pessoas terem dinheiro para comprar, ou seja, as pessoas mais pobres. Vocês viram que 1,5 milhão de geladeiras foram compradas no programa Luz Para Todos”, disse Lula depois da solenidade de assinatura de atos para a revitalização do Porto do Rio.
“Em vez de ficar desonerando tanto, tem que dar dinheiro para os pobres, que eles compram”, disse Lula mais cedo, em discurso no evento. Isso porque, segundo Lula, nem sempre os benefícios são compartilhados com a população mais pobre. “Não vi ninguém reduzir do preço 0,38% da CPMF” disse Lula, em referência à antiga alíquota, extinta em janeiro de 2008.
“Cada real que você der na mão de uma pessoa pobre, ele volta automaticamente para o comércio através do consumo, e assim ele vai reativar a economia. Muitas vezes você dá R$ 1 milhão para uma pessoa, que coloca no banco e não sai nada, só ele vai ganhar dinheiro. Quando você dá R$ 1 para o pobre, dando para mil pessoas, são R$ 1.000 que voltam para o comércio meia hora depois. Não vai para o banco, não vai para derivativos, ele vai para o comércio. E é isso que nós precisamos para fazer a economia do país crescer”, afirmou o presidente.
Questionado se o governo vai renovar o IPI reduzido para as montadoras, Lula desconversou. “Nessa crise agora, quando desoneramos o IPI da linha branca, o IPI da indústria automobilística, nós vimos a recuperação”, se limitou a dizer. Segundo ele, as desonerações de impostos já somam R$ 100 bilhões.
O IPI reduzido para veículos vale até dia 30 deste mês, e segundo informado pela Folha, Lula quer renovar o benefício. O Ministério da Fazenda, por sua vez, defende uma retomada gradual da taxação, uma vez que o governo precisa recuperar as perdas na arrecadação.
F.Online