O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que fará o que for preciso para evitar a volta da inflação. “Tenham certeza que farei qualquer sacrifício, seja remédio amargo (…). Farei qualquer coisa país para não permitir que a inflação volte, porque, quando voltar, vai quebrar é o bolso do povo pobre, trabalhador. Nós, do governo, vamos fazer o sacrifício que tivermos que fazer para manter uma política fiscal responsável”.
A ação mais “amarga” adotada pelo governo nos últimos meses é a elevação dos juros, pelo Banco Central. Hoje, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou oficialmente a criação do Fundo Soberano do Brasil. Os recursos para o fundo virão de uma economia adicional de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) que o governo passará a fazer, o que eleva a sua meta de superávit primário dos atuais 3,8% para 4,3%.
Lula participou de cerimônia na qual foram assinadas atos relativos a obras do PAC nas áreas de saneamento e habitação e lançado o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Marajó.
O presidente disse ainda que não permitirá que o Brasil volte a ter recessão, e que é necessário que haja pelo menos 20 anos de crescimento sustentável para que o país tenha uma economia saudável.
Também foram comemorados o grau de investimento dado ontem ao Brasil pela agência Fitch Ratings e a descoberta de mais uma reserva de petróleo pela Petrobras.
Lula comparou o grau de investimento com uma pessoa interessada em comprar no crediário. “É como se fosse na loja e não tive condição de comprar porque estava desempregada, com dívidas. (…) Mas se você trabalha, está com as contas em dia, você pode obter empréstimos, merece o investment grade.”
Em seguida, Lula disse que os adversários atribuem à sorte as coisas boas que têm acontecido no país durante seu governo. “Meus adversários dizem: o Lula tem sorte”. E completou: “Tudo isso é sorte, mas, se não tivéssemos trabalhado duro para consertar a economia brasileira, para contornar a inflação –e vocês sabem o quanto sofremos em 2003, porque tivemos que fazer um ajuste duro.”
Crise dos alimentos
Lula destacou a necessidade de identificar oportunidades em momentos de crise e citou a alta dos preços dos alimentos no mundo. “Tem uma crise de alimentos, os preços do alimento estão subindo e, graças a Deus, eu não vejo isso como problema, eu vejo isso como uma solução, porque este país tem terra, este país tem água, este país tem sol e este país tem tecnologia e gente que sabe plantar”, disse.
Para o presidente, se há mais pessoas com poder de consumir alimentos no mundo, o Brasil pode “produzir para que a gente possa levar comida para quem quiser comer”.
“Com a agricultura familiar, vamos incentivá-la, vamos financiá-la, vamos levar assistência técnica, porque se depender deste país ninguém vai passar fome no mundo.”
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