O lucro líquido consolidado da Petrobras caiu 2,28% no segundo trimestre, para R$ 6,8 bilhões. No acumulado do primeiro semestre, no entanto, a empresa teve lucro líquido consolidado de R$ 10,931 bilhões, uma queda de 19,82% em relação ao mesmo período do ano passado.
No segundo trimestre, a empresa registrou receita líquida de R$ 41,798 bilhões no período, uma alta de 10,14%. Este valor representa o que a empresa efetivamente recebe pelas vendas de seus produtos, ou seja, o faturamento (receita bruta) diminuído dos impostos diretos, como ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins.
O resultado bruto, que é a diferença entre a receita líquida e o custo dos produtos vendidos, somou R$ 17,309 bilhões, alta de 4,56% no trimestre. No período, as despesas operacionais subiram 9,21%, para R$ 5,774 bilhões.
A estatal registrou despesa financeira líquida de R$ 1,056 bilhão, superior à perda financeira de R$ 141 milhões verificada no segundo trimestre do ano passado. O lucro operacional caiu 7,71%, para R$ 10,376 bilhões.
O Ebitda da empresa, que representa a geração operacional de caixa da companhia, cresceu 4,23% no segundo trimestre, para R$ 14,190 bilhões. A margem Ebitda recuou de 36% para 34% no período.
A dívida líquida da companhia estava em R$ 21,966 bilhões no final de junho, uma queda de 8% sobre março. Segundo a empresa, a redução do endividamento deve-se à geração de caixa do período, “mesmo considerando o crescimento expressivo de investimentos e o pagamento de dividendos, além do reflexo da apreciação do real”.
No acumulado do primeiro semestre, os investimentos da estatal somaram R$ 19,795 bilhões, alta de 45% em relação ao mesmo intervalo de 2006. Os dados são consolidados.
Vendas
A Petrobras teve no segundo trimestre uma receita maior em relação ao mesmo período no ano passado principalmente devido ao seu aumento de vendas no exterior. A inclusão da refinaria de Pasadena (Texas) nos ativos da estatal no exterior além de um considerável aumento nas atividades da companhia apenas como trading internacional trouxeram impacto direto nos negócios da empresa, informou o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa.
Segundo Barbassa, a inclusão de Pasadena nos negócios internacionais da Petrobras teve um impacto de R$ 3,7 bilhões no trimestre. Já as atividades de trading somaram R$ 1,3 bilhão. Além desses dois fatores, Barbassa destacou o efeito do câmbio como um dos que mais influenciaram o balanço da empresa no segundo trimestre. Lembrando que o real teve uma valorização de 11% sobre o mesmo período no ano passado, o diretor disse que os “ativos físicos e financeiros existentes no exterior” sofrem com o efeito contábil. “Em dólar os valores são os mesmos, mas para o balanço, quando convertidos, há uma perda”, disse.
Investimentos na Bolívia
Barbassa confirmou que recebeu hoje da estatal boliviana YPFB os US$ 56 milhões referentes a segunda parcela pela venda das duas refinarias da estatal no país. O executivo informou ainda que a Petrobras só planeja fazer investimentos na Bolívia para manutenção dos seus campos. A decisão deve contrariar os planos do governo boliviano, que espera que as petroleiras façam novos investimentos na região, apesar da decisão de estatizar o setor.
