Eventos criaram mais de 3.000 falhas na superfície do satélite; descoberta é aviso importante para países que buscam estabelecer futuras bases lunares
A crosta da lua é uma área bem mais movimentada do que se imaginava, revelaram os dados dos sismógrafos deixados na sua superfície durante as missões Apollo 11, 12, 14, 15 e 16 e a análise de mais de 12.000 fotos tiradas pelo Lunar Reconnaissance Orbiter, da Nasa, em um estudo publicado esta semana na revista Nature Geoscience. A descoberta é um aviso importante para iniciativas que buscam estabelecer futuras bases lunares.
Segundo os registros dos aparelhos, entre 1969 e 1977, aconteceram milhares de terremotos, a maioria no interior da lua , mas 28 foram rastreados até a crosta, a menos de 200 quilômetros da superfície. Alguns chegaram a cinco pontos na escala Richter.
Mas esses tremores não são fruto de placas tectônicas, como acontece na Terra , nem de impactos de asteroides ou rumores no interior da lua. O motivo dessas movimentações é o esfriamento pelo qual a Lua vem passando ao longo das últimas centenas de milhões de anos.
Com isso, ela vai encolhendo e sua superfície vai rachando, gerando desníveis no solo, principalmente quando a Lua mais se aproxima da Terra. Isso porque, assim como a gravidade da Lua cria as marés nos oceanos da Terra, a gravidade da Terra tem um efeito similar na Lua.
Em 2010, as imagens do Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA , que é capaz de fazer imagens da superfície do satélite em resoluções de até 50 centímetros por pixel, revelaram que a lua está repleta de escarpas de falhas de aparência jovem – menos de 10 a 12 milhões de anos. Existem mais de 3000 delas, com algumas dezenas de metros de altura.