O Ministério Público Estadual e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Espírito Santo decidiram nesta sexta-feira retirar do mercado lotes de água mineral de 14 marcas. De acordo com o MP, foram constatadas irregularidades na captação e no processamento da água de 11 empresas. As marcas que terão lotes retirados são: Paraju, Ingá, Avita, Campinho, Iate, Pedra Azul, Nova Esperança, Acqua Reale, Dupote, Xuap, Linhágua, Calogi, Uai e Açaí.
A Sesa informou que o dia 22 de novembro foi definido como o “marco zero” na produção de água mineral do Estado e que, a partir desta data, a água que chegar aos estabelecimentos está própria para o consumo.
Também participaram da audiência as empresas concessionárias de água mineral. Segundo a Sesa, todos os presentes assinaram um Termo de Adequação de Conduta (TAC), que determina que as concessionárias realizem um recall, envolvendo distribuidoras e consumidores, para recolher todos os lotes colocados no mercado até ontem.
A Sesa declarou hoje que os produtos já foram retirados das prateleiras e se encontram nos depósitos dos estabelecimentos. A partir da semana que vem, será feito o recolhimento das garrafas. A idéia é que após o total desabastecimento do mercado, as prateleiras sejam gradualmente reabastecidas com novos lotes devidamente validados pelo DNPM, Vigilância Sanitária Estadual (Visa) e Procon-ES, dando total garantia da qualidade do produto ofertado ao consumidor.
No termo, a cláusula 4ª deixa claro que “o recall promovido pelos proprietários das marcas não implica confissão nem o reconhecimento de encontrarem-se as águas contaminadas”. A Sesa, inclusive, informou que, nesta semana, ficaram prontos os resultados das análises microbiológicas de seis das marcas recolhidas e não foi encontrada nenhuma irregularidade neste sentido. “Fizemos o que devia ser feito para assegurar a saúde da população. Havia dúvidas e determinamos que tudo fosse apreendido cautelarmente. Realizamos exames e eles confirmaram que a água estava potável”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Anselmo Tose.
A empresa Refrigerantes Coroa, que produz a marca de água mineral Campinho, declarou que já foi confirmado que o produto possui condições normais de uso. “Apenas questões burocráticas, dados de rótulo, fizeram com que a água fosse retirada do mercado”, afirmou o funcionário Nelson Mayer.
A água está sendo analisada desde terça-feira no Laboratório Central (Lacen). A ação foi desencadeada a partir de um ofício encaminhado pelo DNPM, comunicando a interdição de quatro concessionárias de água no Estado, sendo três parcialmente e uma totalmente.