Uma epidemia de peste bubônica, também conhecida como peste negra, já infectou quase mil pessoas e matou 97 em Madagascar. De acordo com o portal Express , casos da doença são detectados todo ano na ilha africana, porém, o surto atual é muito mais perigoso do que os anteriores.
Segundo especialistas da área da saúde, a peste negra – que matou mais de 50 milhões de pessoas na Europa, durante a Idade Média – saiu das regiões rurais do país e se propagou para as áreas urbanas, que normalmente não são afetadas pelos surtos. Tal epidemia poderia estar relacionado com um tradicional ritual de Madagascar, que consiste em desenterrar parentes mortos e dançar com eles em uma cerimônia pelas ruas.
Isso porque, segundo o New York Post , algumas datas são coincidentes. O aumento no número dos casos começou a ser identificado em meados de agosto, mesma época em que o ritual de "dança com os mortos" acontece ao longo do território africano.
Transmitida principalmente pela mordida de pulgas infectadas, a doença também pode ser disseminada através do contato com pessoas que morreram de peste bubônica. Quando um corpo infectado é manuseado, a bactéria responsável pela doença ainda pode contaminar quem tocou no cadáver.
Dificuldades no tratamento
Segundo declarou Elhadj As Sy, secretário geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o número que casos aumenta a cada dia, e além da intervenção pontual durante os piores surtos, é preciso agir de forma contínua para conter epidemias como esta.
Elhadj destacou ainda que, por mais que o tratamento com antibióticos seja eficaz o suficiente para evitar casos fatais, o estigma ao redor da doença ainda é grande. Sem informações para saber o que fazer quando os sintomas aparecem, os infectados tendem a se esconder e evitar a ajuda das autoridades, o que contribui para uma maior disseminação da praga.
Uma equipe médica da Cruz Vermelha está em Madagascar para ajudar o país a lidar com o surto de peste negra. “Nossos voluntários estão trabalhando em comunidades para convencer as pessoas a buscarem ajuda”, pontuou o secretário do órgão ao Express . Além disso, uma das ações do grupo é enterrar os corpos de forma cuidadosa para evitar o contato com a população das regiões.
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