quarta-feira, 11/12/2024
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Ligação com Comando Vermelho deve custar mandato de vereador em Cuiabá

Comissão de Ética aprova, por unanimidade, relatório que pede a cassação de Paulo Henrique (MDB) por quebra de decoro

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Acusado de ligações com a facção criminosa Comando Vermelho, o vereador cuiabano Paulo Henrique (MDB) deve ser cassado antes de terminar o seu mandato, neste mês. Nesta sexta-feira (6), a Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá aprovou, por unanimidade, relatório em que pede a cassação do vereador por quebra de decoro parlamentar.

O relatório ainda será avaliado pelo plenário do Legislativo. Paulo Henrique (MDB), segundo a Polícia Federal, mantinha reuniões regulares com lideranças da facção criminosa, na Capital. O parlamentar é acusado de integrar esquema de lavagem de dinheiro para a quadrilha, por meio de eventos em casas de shows de Cuiabá.

O relatório da cassação foi elaborado pelo vereador Kássio Coelho (Podemos), que foi seguido pelo presidente da comissão, Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania), e pelo terceiro integrante, Wilson Kero Kero (PMB).

“[…] Utilizar-se do mandato para praticar de atos de corrupção ou de improbidade administrativa. Por essa razão o meu voto é pela perda do mandato do representado”, diz trecho do voto do relator.

Paulo Henrique é suspeito de auxiliar uma facção criminosa em Cuiabá e foi alvo da Polícia Federal, pela primeira vez, no dia 5 de junho, durante a Operação Ragnatela. Ele chegou a ser preso em setembro deste ano, por consequência do desdobramento das investigações que culminaram na deflagração da Operação Pubblicare.

Agora, o relatório será encaminhado para o presidente da Câmara, Chico 2000 (PL), que o encaminhará à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A comissão emite um parecer e o devolve à presidência, que marca uma sessão para que o relatório seja apreciado no plenário.

Se cassado, Paulo Henrique pode ficar inelegível por oito anos. Ele tentou a reeleição neste ano, mas não foi aprovado nas urnas.

FORÇA-TAREFA Investigações da força-tarefa da Operação Pubblicare, deflagrada no dia 20 de setembro, apontou que Paulo Henrique mantinha reuniões regulares com lideranças do Comando Vermelho.

O parlamentar é acusado de integrar esquema de lavagem de dinheiro para a facção, por meio de eventos em casas de shows de Cuiabá.

Ele usava da sua influência política para fazer com que fiscais da Secretaria Municipal de Ordem Pública concedessem as licenças necessárias e, em troca, recebia dinheiro do crime crime organizado. O vereador foi preso na manhã durante a operação.

Em um vídeo distribuído pela Assessoria de Imprensa da Polícia Federal em Cuiabá, logo após a operação, o delegado Gustavo Godoy, que chefiou a força-tarefa, informou que foram encontradas provas que demonstram que Paulo Henrique tinha acesso às principais lideranças da facção, e se reuniu com elas presencialmente e por meio de chamadas de vídeo.

“Durante as investigações, percebeu-se que esse agente público [o vereador Paulo Henrique] possui uma relação muito próxima com integrantes da facção criminosa investigada lá na Operação Ragnatela. Identificou-se reunião presencial entre esse agente público e integrantes da facção criminosa, inclusive liderança dessa facção criminosa, que foi presa lá na cidade do Rio de Janeiro quando desembarcava no aeroporto Santos Dumont”, disse o delegado.

“Também se identificou ligação chamada em grupo entre esse agente público, integrantes e liderança da facção criminosa”, acrescentou.

A Operação Pubblicare é um desdobramento da Operação Ragnatela, deflagrada em junho deste, na qual o vereador foi um dos alvos de ordem de busca e apreensão.

Outros alvos da operação, conforme o delegado Godoy, são servidores públicos que aceitaram receber propina do grupo criminoso liderado por Paulo Henrique e que sabiam que a origem dos valores era ilícita

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Parmenas Alt
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