A Aprosoja divulgou nesta quarta (21) os números compilados dos questionários aplicados durante o Circuito Tecnológico 2012. Em dez dias, cinco equipes da associação viajaram por todo o estado visitando 332 propriedades rurais para verificar o andamento da safra de soja 2012/13 e as principais demandas dos produtores. Foram mais de 16 mil quilômetros rodados, entre os dias 15 e 26 de outubro, abrangendo 746 mil hectares de soja, o que corresponde a 9% da área plantada de soja de Mato Grosso nesta safra, de aproximadamente 7,89 milhões de hectares.
“Estes indicadores são muito importantes porque poderão nortear o trabalho da Aprosoja em relação às necessidades dos produtores rurais e, a partir disto, demandar políticas públicas aos governos estadual e federal”, disse o diretor técnico e coordenador da expedição, Nery Ribas.
De acordo com Ribas, foram detectadas algumas situações que precisam de atenção. Uma delas é a alta incidência de nematoides nas áreas, que é um verme de solo. “Em 80% das lavouras verificamos o nematoide, tanto de cisto, como de galha ou pratylenchus, sendo este último o mais encontrado. Para isto temos que encontrar estratégias de combate para conviver com ele de forma que não seja um redutor de produtividade”, explicou o diretor técnico.
Outro problema observado foram pragas, como, por exemplo, a lagarta da maçã, percevejo da soja, que antes eram secundárias e agora passam a preocupar o produtor. Ribas destacou ainda um alto índice de presença nas lavouras de uma erva daninha até pouco tempo só conhecida no sul do país: a bulva. “A incidência desta erva daninha e destas pragas pode aumentar o custo de produção do produtor rural, pois ele precisará misturar diversos produtos para o controle”, explicou o diretor técnico da Aprosoja.
A armazenagem também foi apontada pelos produtores como um gargalo, especialmente na região Leste, onde novas áreas estão sendo abertas para o cultivo de grãos. E a carência de mão de obra profissional voltou a ser apontada como um dos gargalos do setor. “A partir do nosso levantamento iremos encaminhar ao Senar as principais demandas apontadas pelos agricultores, para fortalecer os cursos de qualificação”, afirmou Nery Ribas.
INSUMOS – Além da aplicação de questionários, as equipes também realizaram coletas de insumos: sementes e fertilizantes, que foram enviadas para laboratórios para análises. Das 446 amostras de sementes coletadas, 19% apresentaram resultados abaixo do padrão mínimo exigido. “O índice mínimo de germinação tolerado para as sementes é de 80%, o que observamos foi um alto número de amostras abaixo deste padrão”, alertou Nery Ribas.
Segundo o diretor técnico da Aprosoja, isto acarreta em perdas para o produtor. “No mínimo estes produtores tiverem que refazer o plantio, aumento os custos e podendo inclusive interferir na produtividade das lavouras”, destacou Ribas. A análise das sementes foi realizada pelo laboratório do Univag Centro Universitário, em Várzea-Grande.
Já no caso dos fertilizantes, as amostras ainda estão em análise. Todos os resultados são encaminhados aos produtores ouvidos e visitados durante o Circuito Tecnológico. Com relação aos problemas encontrados nas amostras coletadas, a Aprosoja possui uma Comissão de Gestão da Produção que realiza trabalhos com foco no acompanhamento dos grãos produzidos no estado e também dos insumos utilizados nas lavouras e também encaminha os resultados aos órgãos oficiais de controle para as providências cabíveis.
Participaram do Circuito Tecnológico como patrocinadores o Sicredi, a Basf e a Chevrolet. O apoio foi da Famato, Senar e das universidades Univag, UFMT e Unemat.