Leonardo Rodrigues Jaune, acusado de matar a tiros o advogado Anderson Eustáquio da Costa (28), foi preso na manhã deste sábado em uma fazenda no município de Nova Brasilândia (215 quilômetros ao norte de Cuiabá). Ele vinha sendo monitorado há meses pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
O caso do assassinato de Anderson chegou a ser exibido, em novembro do ano passado, no programa Linha Direta, da Rede Globo. Jaune foi preso e deve ser levado ainda hoje para o Presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá.
No momento da prisão, às 6h30, Jaune dormia. Embaixo do travesseiro dele havia uma pistola chinesa de calibre 9 milímetros. Jaune foi preso e também responderá por posse ilegal de arma. A fazenda em que o foragido estava pertence ao pai dele. O caseiro do local, Jean Francisco de Campos, também foi detido e deve responder por dar cobertura a Jaune.
Leonardo Jaune estava foragido desde agosto de 2006. De acordo com o Gaeco, o foragido havia passado pela capital mato-grossense e até por outro estado durante o período em que era procurado pela justiça. Ele chegou a ser preso pelo assassinado de Anderson, crime cometido em 26 de junho de 2004, mas deixou a prisão para aguardar ao julgamento em liberdade. Jaune fugiu em seguida. Em agosto de 2005, o jovem foi preso em Goiás acusado de participar do roubo a uma pessoa na saída de um banco. Mais tarde, fugiu novamente.
Amizade e assassinato
O crime é a história de uma amizade que terminou em assassinato em Cuiabá. Um advogado desapareceu e o corpo dele foi encontrado sete dias depois boiando em uma lagoa. O acusado era um de seus melhores amigos. O acusado acreditava que a vítima, o advogado Anderson, teria sido, de alguma forma, responsável pela morte de sua irmã. O crime teria acontecido porque Anderson estivera com Taísa Jaune, irmã de Leonardo, até horas antes dela cair ou se jogar do prédio em que morava.
No dia da morte da moça, ao saírem juntos de uma boate, o advogado deu uma carona para Taísa e outra amiga. Anderson deixou as duas em frente ao prédio em que a família Jaune morava e foi embora. De manhã, ele recebeu a notícia de que a amiga estava morta.
O irmão da jovem, Leonardo Jaune, tinha acabado de chegar de viagem e estranhou a ausência do amigo no enterro da irmã. Leonardo passou a acreditar que o amigo advogado tivera alguma participação na morte da irmã e marcou um encontro com ele para tirar satisfações.
Após uma discussão, os dois amigos pareceram se acertar, porém, no dia seguinte, Leonardo marcou outro encontro com o advogado e os dois saíram de carro. O advogado nunca mais apareceu. Sete dias depois, o corpo dele foi encontrado em uma lagoa onde havia funcionado um garimpo.
Álibis de Jaune
Em depoimento à polícia, o irmão da moça confirmou que estivera com o amigo na noite do crime, mas alegou vários álibis que seriam derrubados durante a investigação. Inclusive, a quebra do sigilo de seu celular acusou que – ao contrário do que afirmava – ele estivera nas proximidades do local onde o corpo foi encontrado na noite do crime.
TVCA