O monopólio acabou com a mudança da Lei. E a cúpula da emissora carioca analisa se vale a pena seguir gastando tanto com o futebol. A média da audiência tem caído há anos
Acabou o monopólio do futebol da Globo.
E sua direção pensa se vale a pena brigar, pagar muito mais, para ter um produto cuja audiência cai nas tevês abertas do mundo todo.
A reviravolta vem acontecendo há anos, quando outras emissoras se articularam para tomar transmissões da Globo
Foi assim na Libertadores, no Brasileiro, no Campeonato Carioca.
A Copa América tambem lhe foi tomada.
Os clubes, com o apoio significativo do governo federal, conseguiram.
A Câmara dos Deputados aprovou a mudança que tira o poder de mais de 40 anos da Globo.
Agora, resta só o Senado.
Se a emissora carioca conseguiu que os contratos com os clubes sejam respeitados até 2024, o mesmo não se aplica a clubes que estão na Segunda Divisão e conseguem subir, por exemplo. Sem contrato com emissora alguma, esse clube poderá arcar com a transmissão dos seus jogos. Mesmo o adversário tendo compromisso com a Globo.
Daí a cúpula da Globo estar investindo sem volta nos seu streaming.
E as pesquisas indicam tendência de queda de audiência do futebol.
Os preços das transmissões dos campeonatos não são mais compatíveis com a emissora, que vive uma gravíssima crise financeira, daí a explicação para centenas de demissões.
Os patrocinadores também se alarmam com a perda de telespectadores.
Por isso, a cúpula da Globo pensa a sério o que fazer com o futebol. Não só em 2025, quando terminar o contrato com os clubes pelo Brasileiro.
Mas já. Os Estaduais já não a interessam como antes. Perdeu o Carioca, o Paranaense. O Paulista já terá transmissão em 2022, no youtube.
A Conmebol inflacionou as Eliminatórias. Assim como a Copa América e a Libertadores, que foram parar no SBT.
A Copa do Mundo do Qatar será a grande referência. Caso o Brasil não vença, outra vez, pela quinta vez seguida, a tendência é a publicidade apostar em outros produtos.
Vender as cotas do futebol já em 2021 não foi tarefa fácil.
Os clubes podendo negociar seus jogos é algo que atinge diretamente a Globo. Os clubes não vão mais se submeter à emissora carioca.
Os diretores da Globo não estavam preparados para a Lei do Mandante.
E estão pensando na revolução que acontecerá já com os quatro clubes que subirem da Série B. Sem contratos na Série A, podem virar as costas à Globo. E negociarem seus jogos, ficando com todo o dinheiro de patrocínio. Depois, em 2023, a emissora pode ficar também sem outros quatro que subirão.
A emissora também perdeu a Champions, que foi sua, para o SBT.
A Globo, por conta do monopólio, tem uma relação umbilical com o futebol.
Tradição.
Mas a relação está cara demais.
Os tempos já mudaram.
O futebol já foi muito mais essencial do que é hoje.
Principalmente, quando fazia o país campeão mundial.
A Globo repensa, a sério, como lidar com o futebol, depois da Lei do Mandante.
Foi um golpe poderoso para a emissora…
Do R7 Cosme Rímoli