Senador descarta que a autorização impulsionaria a geração de empregos e a arrecadação no Brasil: ‘Falácia’
A proposta que busca legalizar os jogos de azar no Brasil deve ser prioridade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no retorno do Congresso Nacional, que acontece a partir desta quarta-feira, 2. Entre os apoiadores da matéria, o principal argumento é que a autorização trará impactos econômicos positivos, como a geração de emprego e renda ao país. No entanto, entre parte dos parlamentares, a avaliação é que a justificativa é uma “grande falácia” e os supostos benefícios irreais. “São falácias em cima de falácias e sabe o objetivo? É a questão da corrupção, lavagem de dinheiro, de políticos infelizmente inescrupulosos que estão querendo flexibilizar o cerco do caixa dois, que está cada vez mais apertado no Brasil. O objetivo é outro e quem vai sofrer é a população”, defendeu o senador Eduardo Girão (Podemos). Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, ele citou países em que os jogos de azar são liberados, como os Estados Unidos, e afirmou que a prática traz uma “tragédia humana”. “É o vício, o suicídio, a prostituição infanto juvenil. Junto com o jogo vem tudo de ruim”, completou.
Na visão do senador, é inconcebível que a prioridade dos parlamentares seja a legalização dos jogos no Brasil. “Temos problemas como o desemprego batendo no teto, fome dos brasileiros, a questão da inflação. É uma inversão de prioridades”, pontuou. Eduardo Girão também rebateu o argumento de que a autorização iria impulsionar o turismo brasileiro. “”Em Las Vegas, 86% de quem joga é americano. E desses 14% de turistas que sobram, apenas 4% vão para jogar. Não gera turismo. E o turismo que viria para o Brasil é um turismo desqualificado, com objetivo da prostituição das nossas meninas e crianças”, criticou.
Ainda sobre o retorno dos trabalhos do Congresso Nacional e as prioridades para 2022, Eduardo Girão afirmou que mesmo com as dificuldades de um ano eleitoral, o objetivo é avançar em propostas como as reformas tributária e administrativa. “É um ano eleitoral e o que se fala é que esse tipo de proposta não prospera, mas a gente quer querer quebrar paradigmas. [Nova] CPI é brincadeira, já vimos o que aconteceu no ano passado e o festival que houve, visando antecipar as eleições. Falar em CPI é piada. É algo que o brasileiro não aceita e já percebeu qual o jogo politiqueiro que temos dentro do Congresso”, finalizou.
Fonte:JovemPan