A receita de Emerson Leão para tentar encerrar a sequência de resultados ruins e salvar a temporada passa por fazer o São Paulo suar.
Com a semana livre para trabalhar visando a partida contra o Bahia, amanhã, o técnico intensificou a carga de trabalho e tem conduzido treinos com duração parecida a de uma maratona.
As sessões, preferencialmente matutinas por opção do treinador, normalmente duram duas horas ou mais.
Com Adilson Batista, seu antecessor no cargo, o São Paulo trabalhava mais à tarde, e os treinos muitas vezes não chegavam a uma hora.
“Cada técnico tem seu estilo de trabalho. [O treino do Leão] é um pouco mais longo mesmo e tem um volume muito grande. Mas isso acaba nos ajudando na parte física”, afirmou Sérgio Rocha, preparador físico do clube.
Os treinos normalmente começam com um aquecimento, complementado por trabalho bem leve com bolas. Logo na sequência, vem o principal exercício do dia.
Na quarta-feira, foi um coletivo. Ontem, o ataque chutava a gol –a equipe passou em branco nos três últimos jogos–, enquanto a defesa ensaiava jogadas aéreas.
Ainda há tempo para trabalhos específicos de fundamento para alguns jogadores. E, depois de quase duas horas de treinos, abdominais.
Leão participa ativamente de todas as fases e se alterna entre os papéis de comandante de um exército, crítico irônico e recreador infantil.
A cada erro de finalização de Luis Fabiano, solta “fabuloso, fabuloso” em tom jocoso, desespera-se e cobra dedicação dos displicentes e grita para que todos se abracem em uma terapia de grupo.
Quem demora para cumprir as ordens ou comete um erro estúpido nos treinos paga polichinelos e flexões.
Apesar da carga pesada, os jogadores não reclamam. Em tom praticamente unânime, afirmam que o treinador resgatou a alegria do elenco.
“Treinar muito é bom, principalmente para quem tem de pegar ritmo de jogo. Mas, depois de duas horas, é bom ter a tarde livre para descansar”, disse o zagueiro Luiz Eduardo, que substituirá Xandão contra o Bahia.
Será a chance de o São Paulo encerrar a série de oito jogos sem vencer no Brasileiro. E mostrar que sua transpiração pode render resultados.
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO
F.COM
