O juiz da 50ª Vara Cível do Rio, Gustavo Quintanilha Telles de Menezes, determinou nesta terça-feira que o São Paulo devolva a Taça das Bolinhas. Na decisão liminar, o magistrado informa que o clube do Morumbi terá que enviar o troféu aos cofres da Caixa Econômica Federal no “prazo de 24 horas, sob pena de crime de desobediência”. O São Paulo pode recorrer.
Na segunda-feira, a CBF homologou a conquista do Campeonato Brasileiro de 1987 pelo Flamengo. Com a homologação do título, os cariocas garantem, na teoria, a posse da Taça das Bolinhas, troféu instituído para ficar em definitivo com o primeiro time pentacampeão nacional.
Na semana passada, o São Paulo recebeu a taça da Caixa.
HISTÓRIA
A competição de 87 foi organizada pelo Clube dos 13 e substituiu o Brasileiro daquele ano, ganhando o nome de Copa União.
Com o campeonato em curso, a CBF determinou que os vencedores dos módulos verde (Flamengo e Internacional) e amarelo (Sport e Guarani) deveriam se enfrentar. O Sport foi declarado campeão e o Guarani vice porque os integrantes do módulo verde se negaram a jogar o quadrangular.
Como a taça seria de posse do primeiro time pentacampeão brasileiro (ou do que conquistasse três torneios consecutivos), o Flamengo a solicitou ao ganhar em 1992.
Devido ao imbróglio, a Caixa não entregou o troféu.
A polêmica se reacendeu em 2007, quando o São Paulo foi campeão pela quinta vez. Desde então, os dois clubes têm disputado o prêmio.
No último dia 14, o time do Morumbi recebeu, enfim, a Taça das Bolinhas. A Caixa Econômica Federal, dona do prêmio, passou a láurea para o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, poucas horas após uma liminar que deveria impedir a cerimônia de ser realizada.
Na madrugada do mesmo dia, o Flamengo chegou a obter uma decisão favorável na Justiça do Rio. A liminar, concedida pela juíza Simone Dalila Nacif Lopes, diz que a CBF teria de pagar R$ 500 mil caso a entrega fosse feita.
A Caixa informou que realizou a entrega porque não havia sido notificada da liminar e ressaltou não ter mais responsabilidade sobre o troféu.
UNIFICAÇÃO
No site oficial da entidade, Teixeira disse que “o reconhecimento do título de 1987 a Sport e Flamengo segue a linha traçada quando da recomposição histórica feita no final do ano passado pela CBF”, se referindo à unificação dos títulos nacionais conquistados entre 1959 e 1970 como os do Brasileiro. A medida tornou Palmeiras e Santos os líderes do ranking, com oito canecos, cada, seguidos por São Paulo e agora o Flamengo, com seis.
A entidade confirma que 1987 teve dois campeões e dois vices.
“Ricardo Teixeira enfatizou ainda o fato de que não houve prejuízo esportivo ao clube pernambucano, que foi inclusive, ao lado do vice-campeão Guarani, o representante brasileiro na Taça Libertadores de 1988”, diz a nota publicada no site da CBF.