quinta-feira, 07/11/2024
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Justiça Federal sequestra cobertura de R$ 1,5 mi ocupada por Lula

A pedido do juiz federal Sergio Moro, respons&aacutevel pelos processos da Opera&ccedil&atildeo Lava Jato em Curitiba, a Justi&ccedila Federal sequestrou no in&iacutecio de fevereiro a cobertura n&uacutemero 121 do Edif&iacutecio Hill House, em S&atildeo Bernardo do Campo (SP), avaliada em 1,5 milh&atildeo de reais e ocupada pelo ex-presidente Luiz In&aacutecio Lula da Silva. O apartamento, que tem 188,9 metros quadrados de &aacuterea privativa e &eacute vizinho ao de Lula, n&atildeo pertence ao petista, mas a Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista Jos&eacute Carlos Bumlai.

A compra do im&oacutevel, feita com dinheiro de propina da empreiteira Odebrecht, segundo o Minist&eacuterio P&uacuteblico Federal, e contratos supostamente fict&iacutecios de loca&ccedil&atildeo levaram o ex-presidente ao banco dos r&eacuteus em uma a&ccedil&atildeo penal da Opera&ccedil&atildeo Lava Jato.

O pedido de sequestro, que n&atildeo impede Lula de continuar no im&oacutevel, foi feito pelo magistrado no momento em que aceitou den&uacutencia do MPF contra o petista, em 19 de dezembro, e foi cumprido em 9 de fevereiro pela Oficial de Justi&ccedila Avaliadora Edilamar Fernandes Dornas, da 3&ordf Vara Federal de S&atildeo Bernardo do Campo.

O juiz federal S&eacutergio Moro ordenou o sequestro do apartamento 121 do Edificio Hill House, em S&atildeo Bernardo do Campo (SP), vizinho ao pr&eacutedio onde mora o ex-presidente Luiz In&aacutecio Lula da Silva (Marcelo Gon&ccedilalves/Sigmapress/Folhapress)

Na certid&atildeo em que informa ter sequestrado o im&oacutevel, Edilamar afirma que entrou em contato com Valmir Moraes da Silva, seguran&ccedila do ex-presidente Lula, no dia 6 de fevereiro, mas ouviu dele que o petista n&atildeo poderia receb&ecirc-la por estar em luto. Na data do cumprimento do mandado de sequestro, havia tr&ecircs dias que a ex-primeira-dama Marisa Let&iacutecia Lula da Silva havia morrido em S&atildeo Paulo, v&iacutetima de um acidente vascular cerebral hemorr&aacutegico.

O advogado de Lula, Roberto Teixeira, ent&atildeo teria entrado em contato com a oficial de Justi&ccedila e informado que o im&oacutevel era alugado pelo ex-presidente desde fevereiro de 2011 e que lhe enviaria uma c&oacutepia do documento no mesmo dia. Entretanto, passados dois dias e n&atildeo tendo recebido nada voltei a entrar em contato, mas desta vez o Doutor Roberto Teixeira informou que n&atildeo possui c&oacutepia do documento, escreveu Edilamar Fernandes.

Embora avaliada em 1,5 milh&atildeo de reais, a cobertura foi comprada por 504.000 reais, segundo a for&ccedila-tarefa da Lava Jato. O dinheiro, supostamente retirado de contratos da Odebrecht com a Petrobras, teria tido como destinat&aacuterio Glaucos Costamarques, em nome de quem o im&oacutevel foi comprado. Para os procuradores da Lava Jato, Costamarques atuou como testa de ferro de Lula, em uma opera&ccedil&atildeo que envolveu tamb&eacutem Roberto Teixeira.

A ex-primeira-dama Marisa Let&iacutecia tamb&eacutem se tornou r&eacute por participa&ccedil&atildeo no suposto crime de lavagem de dinheiro porque assinou, em 2011, o contrato fict&iacutecio de loca&ccedil&atildeo do im&oacutevel, em que o primo de Bumlai figurava como locador. As investiga&ccedil&otildees da Opera&ccedil&atildeo Lava Jato conclu&iacuteram que, at&eacute pelo menos novembro de 2015, o aluguel nunca havia sido pago.

Depois de sua morte, os advogados da ex-primeira-dama pediram a Moro a absolvi&ccedil&atildeo sum&aacuteria dela. O MPF deu parecer pela extin&ccedil&atildeo da punibilidade de Marisa Let&iacutecia, o que n&atildeo significa absolvi&ccedil&atildeo, e o magistrado ainda n&atildeo se manifestou. Em outra a&ccedil&atildeo penal contra Marisa Let&iacutecia, a que apura a posse de um tr&iacuteplex no Guaruj&aacute (SP), Moro extinguiu a punibilidade da mulher de Lula e afirmou que ela deve ser considerada inocente.

A den&uacutencia contra Lula referente ao apartamento no ABC paulista tamb&eacutem envolve a compra, em 2010, de um terreno na Rua Dr. Haberbeck Brand&atildeo, n&ordm 178, em S&atildeo Paulo (SP), onde seria erguido o Instituto Lula. O dinheiro teria sido desviado de obras como a terraplenagem do Complexo Petroqu&iacutemico do Rio de Janeiro (Comperj), das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Get&uacutelio Vargas, no Paran&aacute, al&eacutem da constru&ccedil&atildeo de plataformas de perfura&ccedil&atildeo e da montagem de um gasoduto.

Os procuradores afirmam que a aquisi&ccedil&atildeo foi feita pela DAG Construtora, do empres&aacuterio Demerval Gusm&atildeo, com recursos da Odebrecht. Com base em anota&ccedil&otildees feitas pelo ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, que fechou acordo de dela&ccedil&atildeo premiada, e planilhas apreendidas na sede da DAG, o Minist&eacuterio P&uacuteblico Federal afirma que, entre compra e manuten&ccedil&atildeo do im&oacutevel, a Odebrecht gastou 12,4 milh&otildees de reais.

O juiz federal S&eacutergio Moro ordenou o sequestro do apartamento 121 do Edificio Hill House, em S&atildeo Bernardo do Campo (SP), vizinho ao pr&eacutedio onde mora o ex-presidente Luiz In&aacutecio Lula da Silva (Marcelo Gon&ccedilalves/Sigmapress/Folhapress)

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Parmenas Alt
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