A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto da Assembléia Legislativa se reuniu extraordinariamente para debater o Plano Estadual de Educação (PEE).
Na ocasião, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Mato Grosso, professor Júlio César Martins Viana fez uma explanação sobre o posicionamento da CUT em relação ao PEE.
De acordo com o presidente da Comissão, deputado Humberto Bosaipo (DEM), essa foi 33ª palestra para a contribuição da elaboração do Plano, sendo que, a partir de 1º de novembro a Comissão encerra o ciclo de palestras e vai encaminhar o projeto ao Plenário. “É um assunto extremamente importante para a educação e, a colaboração do Júlio Viana vai enriquecer o projeto”, afirmou Bosaipo.
Na palestra, o presidente da CUT mostrou dados de um estudo realizado em 2006, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde os números comprovam que a educação de Mato Grosso está em más condições. “Houve uma discriminação gradativa e podemos citar que pais e filhos tiveram índice abaixo do esperado nos últimos dez anos. O espaço que a Assembléia nos proporciona é um privilégio e tenho certeza de que a sociedade reverterá essa situação”, explicou Viana, ao ressaltar que o Ensino Fundamental diminuiu o índice de analfabetismo no Estado.
Segundo Viana, outro dado preocupante está nos 5,93% de pessoas que possuem o nível superior concluído. “Em 2006 apenas 121 mil pessoas concluíram os estudos superiores”, questionou.
Na planilha apresentada por Júlio Viana, os números relatam que em Mato Grosso, um milhão de pessoas não têm acesso ao ensino fundamental. “Quanto maior a faixa etária, maior o contingente de analfabetos”, destacou Viana.
O presidente da CUT afirmou que essa pesquisa do IBGE, mostra que a educação em Mato Grosso “é vexatória”, e que a Central Única tem algumas propostas para reverter o quadro, sendo que uma delas, é promover maior investimento na infraestrutura e equipamentos para as escolas.
Ele também foi taxativo sobre a falta de apoio do próprio Governo Estadual. “Financiar a educação não é uma boa idéia, o que precisamos são melhores condições de serviço para a rede municipal, que se encontra sucateada”, argumentou Júlio.
Para a secretária geral do Sintep-MT, Mari Keller, o Estado precisa pensar com mais seriedade em prol da educação. Ela admite que a educação estadual ainda necessita trabalhar com metas e objetivos. “Mato Grosso precisa se preocupar com a formação inicial e profissional das pessoas”, lembrou Keller.
Na colocação da secretária estadual de Políticas Educacionais, Flávia Nogueira, os dados mostrados por Júlio Viana são concretos e precisam ser enfrentados pelos governos Estadual e Federal. “Precisamos trabalhar com metas reais e as propostas têm que ser consideradas para a elaboração do Plano Estadual”, finalizou Nogueira.
