A orelha esquerda de Júlio César estava vermelha, quase inchada, enquanto ele concedia entrevistas nesta segunda-feira. O goleiro não parava de se coçá-la ao falar sobre a frustração que seria voltar a ser reserva neste sábado, contra o São Caetano, após substituir Felipe contra Brasiliense, Ponte Preta e Bragantino.
“Sempre é complicado voltar para o banco. Lógico que não será nada bom. Precisarei ter paciência para esperar mais uma vez por chances”, disse Júlio César, abaixando a cabeça. Respirou fundo antes de se reanimar. “Vou ter que aceitar se for para a reserva. Paciência. A vaidade de ninguém pode aparecer mais do que o time.”
O técnico Mano Menezes, no entanto, ainda não confirmou se Júlio César será reserva no sábado. Nem para os dois goleiros. Disse apenas que relacionará novamente Felipe, afastado desde a final da Copa do Brasil por falta de empenho nos treinamentos, de acordo com o comandante. “Ele deixou a vaga em aberto. Então, vou trabalhar muito forte para tentar continuar no time”, avisou Júlio César.
O desempenho de Júlio como titular é de um gol a cada partida disputada na Série B do Campeonato Brasileiro. A seu favor, um pênalti defendido no empate com a Ponte Preta. Contra ele, um gol defensável, segundo alguns críticos, sofrido diante do Bragantino.
“Não acho que falhei, porque os jogadores deles ficaram ao lado da barreira, encobrindo a minha visão. Também não acredito que o Mano levará em consideração os dois empates, já que não tirou o Felipe do time por isso”, confiou.
Na manhã desta segunda-feira, os goleiros do Corinthians foram os mais exigidos no treino em Itu. Brincaram bastante enquanto defendiam os chutes fortes do preparador Mauri Costa Lima.
“Nosso relacionamento é bom. O Felipe é um ótimo goleiro. Faço de tudo para também corresponder”, concluiu Júlio César, já com a orelha menos avermelhada.