Após a base aliada do governo, de última hora, optar pela formação da chapa majoritária com a candidatura de Lúdio Cabral (PT) ao governo do Estado e receber o aval do governador Silval Barbosa (PMDB), no Palácio Paiaguás, na tarde de ontem (25), o PMDB discute agora o futuro do ex-juiz Julier Sebastião, cotado desde o início das articulações como o mais preparado para um embate de propostas com o senador Pedro Taques, pré-candidato ao governo pelo PDT. Julier se reuniu nesta manhã com o cacique do partido, o deputado federal Carlos Bezerra, buscando uma saída, após ser preterido pelo grupo. Até o fechamento da matéria, o encontro não havia se encerrado.
Mas na opinião do presidente do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, o ex-juiz Julier Sebastião da Silva deve arcar com as consequências de ter pedido exoneração da magistratura federal. Julier já estava quase 20 anos na função, e decidiu concorrer uma vaga majoritária nas eleições de outubro.
Nos bastidores, comenta se que o ex-juiz pode poderá até pedir desfiliação do partido, por ser considerado golpeado pela sigla.
Para o presidente do PMDB, Carlos Bezerra, não houve traição e justificou que o partido ficou isolado no grupo já que os outros aliados da base optaram pelo petista. “Não houve golpe, acontece que alguns partidos que demonstraram simpatia por ele mudaram de posição, na última hora, optaram por apoiar o Lúdio, mas o jogo é democrático. Quando ele decidiu vir para o PMDB, nós tivemos uma reunião, da qual até o governador Silval participou. Ele passou por um processo democrático, ele não veio pra cá – para o PMDB – com a condição de candidatura a qualquer preço”.
Bezerra disse que não faltou apoio do partido e que a democracia dentro do grupo tem que prevalecer “Quem vem, vem pra disputar internamente, e tem que arcar com as consequências. O PMDB apoiou o Julier desde o início, mas a maioria da base aliada optou por outra candidatura, e nós não podíamos cometer a loucura de sair sozinho com ele”, argumentou Carlos Bezerra, logo após comunicar Silval sobre a decisão da base aliada.