Por decisão do juiz Geraldo Fidelis, da Vara Criminal de Cuiabá, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro permanece em liberdade. A determinação foi uma resposta ao recurso do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) que buscava alterar a data base para progressão de pena e mantê-lo preso até 2027.
Segundo o MPE, Arcanjo deveria cumprir pelo menos mais nove anos em regime fechado, pois as condenações contra ele somam pouco mais de 87 anos e ele cumpriu 14 anos, 9 meses e 21 dias.
A última condenação contra Arcanjo é de maio de 2013, quando ele foi considerado culpado pela morte do empresário Sávio Brandão. Esta seria a data base para a progressão, segundo o MPE. A contar dessa data, Arcanjo só teria direito a progressão de pena a partir de 2027.
Porém, o magistrado manteve a determinação anterior do juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, que determinou a progressão de pena, de regime fechado para o semiaberto com uso de tornozeleira eletrônica, em fevereiro deste ano.
Pois bem, mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos”, determinou o magistrado, em decisão proferida em abril.
Arcanjo está autorizado a sair de casa para trabalhar e deve comunicar à Justiça sempre que precisar sair da cidade. O ex-bicheiro mora em uma mansão no bairro Boa Esperança, em Cuiabá e é proprietário de fazendas, imóveis e empresas, espalhados por todo o país e até mesmo no exterior.
Ele ficou preso por 14 anos e nove meses, condenado pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, morto a tiros na porta do Jornal Folha do Estado, em 2002. Arcanjo também foi condenado por outros crimes de assassinatos, lavagem de dinheiro e contrabando.
Ele estava detido na Penitenciária Federal de Mossoró (RN) e foi transferido em setembro de 2017 para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Ele foi considerado o chefe do crime organizado nas décadas de 80 e 90 em Mato Grosso.
Com RepórterMT