Ele está prestes a completar 16 anos, mas foi apreendido oito vezes, já que começou a furtar quando tinha apenas nove anos e não parou mais. Além de furto, roubo e até tentativa de homicídio preenchem a ficha criminal do adolescente. T.M. também é usuário de crack.
O primeiro contato com as drogas ocorreu quando ele tinha apenas nove anos. Não quer estudar. Interrompeu os estudos na quinta série do ensino fundamental. Ele mora com a mãe em Várzea Grande, mas há algum tempo estava na casa de um amigo do bairro Pedregal, que é traficante de drogas. Filho de pais separados, a família de T.M. não sabe que ele foi novamente apreendido e está em uma cela da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), em Cuiabá.
Sobre o futuro, já que pode cumprir medida sócio-educativa no Complexo Pomeri, T.M. não se vê longe do crime. “Eu vou sair de lá pior. Lá (Pomeri) é creche pra preso, pra ladrão”, enfatiza. Ele conhece de perto a realidade do Pomeri. Já esteve por 40 dias apreendido em virtude de um dos crimes que cometeu.
Agora, T.M. se encontra novamente apreendido porque na noite de anteontem roubou a bolsa de uma mulher contendo R$ 95, cartões de crédito, talão de cheque e outros pertences. Acompanhada do namorado, a vítima deixava um convite em um condomínio localizado no bairro Bosque da Saúde quando T.M. sacou uma pistola e abordou o namorado que estava dentro do veículo.
Segundo informações do boletim de ocorrências, T.M. queria dinheiro, mas quando viu uma bolsa deixada no banco, tratou de pegá-la e saiu correndo. Minutos depois se descobriria que a pistola era de brinquedo e foi adquirida por apenas R$ 5.
Ele fugiu, pulou muro de residências, mas acabou apreendido por uma equipe da Polícia Militar, que foi acionada pelo casal. Em depoimento, T.M. explicou porque decidiu roubar o casal. “Eu tava brocado, nem queria fazer uso de droga, eu queria comê mesmo, então resolvi fazer essa fita”, disse em depoimento.
O casal reconheceu o menor. O dinheiro e todos os objetos contidos na bolsa da vítima foram recuperados. Ele vai responder na Justiça por ato infracional análogo a roubo. A Promotoria da Infância e Juventude de Cuiabá já emitiu parecer sobre o caso de T.M.. Pelo parecer do promotor Manuel Resende, o adolescente deve ser internado mais uma vez no Pomeri por cerca de 40 dias. Esse período, segundo Resende, será suficiente para a Justiça julgar o caso. Se condenado, T.M. terá que cumprir medida sócioeducativa no Pomeri. Ele não quer voltar. “Eu preciso de uma clínica para sair dessa”, finaliza.
Diário de Cuiabá