O jornalista José Marcondes Muvuca solicitou dos vereadores para que se unam contra a Máfia do Guincho, comandada conjuntamente pela SMTU ("Amarelinhos") e Polícia Militar. "Não podemos colocar o aparelho estatal contra o cidadão. O que se vê hoje é um sistema opressor, ditador". Também discorreu sobre uma série de denúncias de serviços deficitários e abusos cometidos pelas empresas que operam o transporte coletivo na capital.
"Devemos empreender ações capazes de sanar várias demandas. Uma das reclamações da população se refere ao cartão avulso, que não faz integração. Assim, proponho aos vereadores para que discutam mudanças na lei que rege esse sistema. Possibilitaria com que turistas e cidadãos que não têm cartão nominal, possam fazer a integração".
No ano que vem, salientou, vence a concessão das empresas operadoras de transporte coletivo em Cuiabá. "É preciso começar a discutir essa licitação para não reproduzirmos esse ciclo vicioso, onde os tubarões do transporte coletivo agem como bem entendem, zombam da população. A Casa de Leis precisa promover um debate público para expor isso às claras".
Muvuca foi enfático ao afirmar que o Executivo de Cuiabá também tem agido com truculência para punir motoristas e motociclistas. "Estabeleceu-se legítima tática de guerra contra essas pessoas. Em que pese os maus motoristas que infringem as leis de trânsito, existem outros caminhos avessos à penalização com guinchos, multas, etc. A conscientização é um dos passos corretos. Caso não resolva, poderiam então ser penalizados com notificações, autos de infração e, em último caso, o guinchamento dos veículos. Mas a Prefeitura prefere fazer o caminho inverso, sem dar direito sequer o direito do contraditório, ou questionar o abuso sofrido. Resta ao pagador de impostos pagar multas exorbitantes para retirar seu carro ou moto, além da humilhação já sofrida".
O jornalista indagou do Executivo qual tem sido o destino da arrecadação milionária com as multas geradas diariamente pelos "amarelinhos" e pelos guinchos. "Por qual motivo a Prefeitura não promove campanhas de conscientização, orientação aos condutores de veículos? Fácil, a resposta. Na ótica do gestor municipal, isto geraria despesas, e não é interessante. Proponho portanto que se crie um fundo municipal de transportes e que os recursos arrecadados com essas multas e guinchos impiedosos seja subsidiado à passagem do transporte coletivo, reduzindo sensivelmente seu valor. Estaríamos assim dando finalidade social a uma fortuna que ninguém sabe para onde vai e qual é seu objetivo".
O jornalista também denunciou que as lombadas instaladas em Cuiabá, a maioria sem qualquer sinalização, representam verdadeiras armadilhas para o trabalhador. "Circulam por aqui mais de 300 mil veículos. O executivo tem a obrigação moral de pelo menos sinalizá-las ou pensar outras alternativas para evitar acidentes. Vários aconteceram e continuarão acontecendo" – finalizou.
João Carlos Queiroz SECOM/Câmara