Mudança de atitude norte-americana visa frear expansão nuclear chinesa, que está ocorrendo em um ritmo mais rápido do que as autoridades de inteligência dos Estados Unidos previram há dois anos
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou em março um plano estratégico nuclear altamente secreto que, pela primeira vez, reorienta a estratégia de dissuasão americana para se concentrar no arsenal nuclear em rápida expansão da China, informou nesta terça-feira (20) o jornal The New York Times. O roteiro também busca, pela primeira vez, preparar os EUA para possíveis desafios nucleares coordenados de China, Rússia e Coreia do Norte. O documento em questão é atualizado aproximadamente a cada quatro anos e é tão sigiloso que não há cópias eletrônicas, apenas um pequeno número de cópias impressas distribuídas a algumas autoridades de segurança nacional e comandantes do Pentágono.
O NYT destacou que a diretriz deve ser apresentada ao Congresso antes que Biden deixe o cargo, em janeiro do ano que vem, ao término de seu mandato. O documento examina em detalhes se os EUA estão preparados para crises nucleares ou para uma combinação de armas nucleares e não nucleares. O jornal lembrou que, no passado, a possibilidade de que os adversários dos EUA pudessem coordenar ameaças nucleares para superar o arsenal nuclear do país parecia remota, mas explicou que a “parceria emergente” entre Rússia e China e as armas convencionais que Coreia do Norte e Irã estão fornecendo à Rússia para a guerra na Ucrânia mudaram o pensamento de Washington.