domingo, 22/12/2024
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Jornal diz que no Brasil rico não fica na cadeia

No Brasil, rico não vai para a cadeia”. A expressão bastante conhecida em nosso País ganhou força nos últimos tempos com a falta de resultado prático das ações da Polícia Federal (PF). Além de consideradas “pirotécnicas”, na opinião de especialistas ouvidos pela Folha Universal, as operações pouco têm colocado políticos e empresários endinheirados na cadeia.
Os números impressionam. Desde 2003, pelo menos 95 políticos foram presos pela PF em megaoperações ou ações isoladas. Dos detidos, 60 estavam com mandato em vigência quando foram parar atrás das grades. Os demais já haviam ocupado cargos eletivos em outras ocasiões. Atualmente, a maioria está livre.

Gafanhoto, Dominó, Furacão, Navalha. Nomes diferentes, mas sempre com grande repercussão na imprensa. No total, de junho de 2003 até o mês passado, foram executadas 351 operações. O levantamento revela que a maior parte dos políticos presos são acusados dos mesmos tipos de crime: fraude em licitações e desvio de verbas públicas.

Fumaça sem fogo
Nos últimos anos, a Polícia Federal tem sido utilizada como principal vitrine do governo na área de Segurança Pública. O ponto é que, segundo estudiosos do assunto, as autoridades policiais podem estar pecando por excesso. Em inúmeras operações, dezenas de agendes armados cumprem mandados de prisão e de busca e apreensão nas casas de suspeitos, diante de seus familiares e dos jornalistas. As imagens correm o País, divulgando a suposta eficiência da PF, porém não mostram o que acontece depois.

A maioria deixa a cadeia dias após a prisão. Para se ter uma idéia, na Operação Navalha, realizada no dia 17 de maio, 48 pessoas foram presas. Até o dia 24, já haviam sido soltas 34, ou seja, 70% foram libertadas apenas uma semana depois da operação. Esse elevado número de liberações incomoda juristas e membros da Justiça.

– Há muitos excessos cometidos. A responsabilidade é do Poder Judiciário, que tem emitido mandados de prisão e de busca e apreensão sem critério – afirma o jurista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, um dos mais importantes do País.

Para Mariz, a Polícia Federal comete exageros.
– São operações “pirotécnicas”. Prende-se a pessoa em casa na presença da família, às seis horas da manhã, com homens portando metralhadoras – reclama.

Polícia administrativa
Na opinião de José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública, as operações da PF são centradas nos crimes de corrupção.

– A Polícia Federal envolve-se exaustivamente em ações que não são prioridade da Segurança Pública. Ela atua muito como polícia administrativa, mas não se pode esquecer de toda a demanda gerada pelo crime organizado, que é de responsabilidade dela.

O ex-secretário cita exemplos de áreas de ação, que, na opinião dele, acabam renegadas pela PF.
– É o caso da entrada de cocaína no Brasil. São quase cem toneladas por ano, que incentivarão a violência nas grandes cidades. Também há o registro, em larga escala, de armas de guerra nas mãos de grupos criminosos. As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo reclamam da falta de colaboração da Polícia Federal para lidar com esses grupos.Camburão vip
Governo pensa em criar veículo especial para detidos ilustres
Vêm aí os “camburões vips”. De acordo com o jornal ‘Folha de S. Paulo’, de 24 de maio, a Polícia Federal prepara licitação para a compra de viaturas mais chiques, para transportar os “ricos bandidos”. Com eles, detidos ilustres terão a privacidade assegurada: os vidros serão cobertos com película de segurança, para que os fotógrafos não registrem quem está no interior do veículos. Estes terão bancos mais confortáveis e não possuirão gaiolas nem grades.

Camburão vip

Governo pensa em criar veículo especial para detidos ilustres

Vêm aí os “camburões vips”. De acordo com o jornal ‘Folha de S. Paulo’, de 24 de maio, a Polícia Federal prepara licitação para a compra de viaturas mais chiques, para transportar os “ricos bandidos”. Com eles, detidos ilustres terão a privacidade assegurada: os vidros serão cobertos com película de segurança, para que os fotógrafos não registrem quem está no interior do veículos. Estes terão bancos mais confortáveis e não possuirão gaiolas nem grades.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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