domingo, 22/12/2024
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Jogo-de-empurra

Os constantes roubos e explosões aos caixas-eletrônicos têm causado uma sensação de terror e impotência no Estado. De um lado, o consumidor teme por sua vida e por seus bens. Poucas pessoas efetuam saques com tranquilidades, é difícil não ficar olhando ao redor e deixar de desconfiar de qualquer estranho. De outro lado, os comerciantes que optaram por disponibilizar terminais de autoatendimento em seus comércios estão completamente em pânico. O medo de ser “dinamitados” junto com os caixas tem tomado conta do dia a dia de cada um e quem paga a conta é toda uma sociedade, que vive um cotidiano de violência e medo.

Mas, de quem é a culpa? Para minha surpresa nem o banco, nem a polícia tem culpa. Nessa frase fui irônica, confesso! Mas a realidade é bem essa. Se cumprimos nosso papel de repórter e buscamos mais informações para a própria sociedade, o que encontramos é um verdadeiro jogo-de-empurra.

A polícia diz que a culpa da insegurança é dos bancos, que não investem em câmeras de alta resolução, nem em equipamentos modernos que possam ajudar na proteção ao caixa.

Já o Banco do Brasil, principal alvo dos assaltantes por seu enorme fluxo de dinheiro, mostrou-se completamente alheio à realidade e afirmou que não tem qualquer responsabilidade sobre os roubos e que nada pretende fazer para inibir a prática. Segundo o BB, as máquinas estão dentro do padrão instituído em lei e quem precisa arcar com as responsabilidades é a segurança pública.

Li esta semana uma matéria discorrendo sobre o tema. O texto dizia que os caixas da rede 24 horas não são explodidos pelos bandidos porque existe um dispositivo em cada um, chamado placa de piche, que inutilizaria o dinheiro.

Por que não fazer isso em todos? Seria bom que o dinheiro fosse destruído no momento do ataque, pelo menos assim haveria um desinteresse em continuar com esse tipo de assalto. Já seria um problema a menos.

Nesse pingue-pongue, ficamos aqui, entre a cruz e a espada. Eu, por exemplo, já estou evitando ir a mercados e postos de gasolina que têm o terminal de autoatendimento. Sinceramente, tenho medo! Até agências bancárias eu evito. Faço quase tudo pela internet: pagamentos, transferências… Só uso cartão e até saio de restaurantes e lanchonetes que não trabalham com cartões. Tudo para não ter que ir sacar.

Ou o Estado obriga os banqueiros a investirem em segurança ou o cidadão vai continuar morrendo ou vendo sua liberdade ser cerceada. É inadmissível uma empresa – porque é isso que um banco é – não investir em mínimas condições de atendimento. Até hoje muitas agências não oferecem água, banheiro e mal têm lugar para nos sentarmos. Pagamos taxas absurdas aos poderosos banqueiros e nem ao menos conforto e segurança recebemos em troca. Políticos, ajudem-nos! Criem leis, exijam cumprimento e cobrem, multem e prendam se preciso for. Porém, devolvam a nossa paz!

Ana Adélia Jácomo é repórter do Diário

Jornalista – Ana Adélia Jácomo

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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