O sorteio dos grupos da Copa do Mundo 2018 colocou o Brasil na chave E da competição ao lado de Suíça, Costa Rica e Sérvia. E a estreia da equipe comandada pelo técnico Tite será no dia 17 de junho, na cidade de Rostov, diante dos suíços.
Pouca gente sabe, mas a seleção da Suíça poderá ter em campo um jogador brasileiro atuando contra o Brasil. Trata-se do zagueiro Léo Lacroix, de 25 anos de idade e 1,97 metro de altura, atualmente defendendo as cores do Sain-Etienne, da França.
Nascido em Lausanne, Léo é filho de uma mãe brasileira e pai suíço, por isso também tem a nacionalidade brasileira. Ele se profissionalizou em 2010 pelo Sion, mas chegou a atuar por alguns meses nas categorias de base do São Cristóvão, clube do Rio de Janeiro.
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Léo Lacroix e Shaqiri na seleção suíça
"Fui para o São Cristóvão em 2009, até para saber como era o futebol brasileiro, como o jogador luta para se tornar profissional. A gente sabe que existe essa dificuldade de acordar cedo, pegar ônibus lotado, ficar horas no engarrafamento para ir treinar e tentar mudar a vida da família. Foi uma experiência importante para mim, me fez crescer no aspecto pessoal, fiquei mais maduro", disse o zagueiro em entrevista exclusiva ao iG Esporte.
"Percebi o grande privilégio que tenho de ter nascido na Europa, de ter conhecimento de outras coisas, de saber falar outros idiomas. Mas eu queria ter essa experiência no Brasil. Depois voltei para o Sion e iniciei minha carreira lá", comentou.
Léo Lacroix se destacou jogando no Sion entre 2010 e 2016, se transferindo ao Saint-Etienne. E foi justamente em 2016, quando chegou ao futebol francês, que recebeu sua primeira convocação para seleção principal da Suíça. Apesar de estar em algumas listas das Eliminatórias, ainda não estreou pela equipe.
"Fui convocado nas Eliminatórias, mas não tive a oportunidade de jogar. Espero ser convocado para os amistosos do ano que vem antes do Mundial para poder jogar, mostrar meu futebol e tentar convencer o técnico a me chamar para Copa", disse o jogador.
Estreia contra o Brasil
O zagueiro suíço-brasileiro espera que o duelo diante do Brasil na Copa 2018 seja igual ao duelo de 1950. "A gente ficou feliz de poder jogar contra o Brasil logo na estreia da Copa, é um sonho de poder encarar eles. Ainda mais para mim que sou meio suíço e meio brasileiro. Claro que vai ser um jogo difícil, é uma seleção poderosa, com os melhores do mundo. Que seja igual na Copa de 1950, empate por 2 a 2, estaria ótimo para Suíça", brincou.
"O mais difícil é agora, que é estar entre os 23 convocados, de poder viver esse sonho ao vivo, estar no ambiente de Copa do Mundo como jogador, viajar com o elenco, estar junto com a torcida, ouvir o hino nacional", disse Léo, que admitiu ter torcida para o Brasil em outras Copas.
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Léo Lacroix defende o Saint-Etienne
"Claro que quando eu era criança, sabendo que era brasileiro, sempre tive as camisas do Brasil, torcia para seleção nas Copas do Mundo. Quando o time foi campeão em 2002 fiz muita festa com minha mãe, fui buzinar nas ruas de Lausanne. Em 1998, quando perdeu da França, eu tinha seis anos, mas lembro da final, assisti e chorei bastante", relembra o defensor.
"Quando era criança imaginei sim em jogar uma Copa pelo Brasil. Mas depois que vira adulto você começa a pensar diferente. Joguei em quase todas as seleções de base da Suíça, sub-18, sub-19, sub-20, sub-21 até chegar na principal. Hoje agradeço muito à Suíça por tudo que me deu e me dá ainda, pelas condições, pela vida, então defendo meu país 100% e sempre fico feliz quando estou na convocação", completou.
Léo Lacroix espera ser convocado e atuar contra o Brasil. Mesmo tendo dupla nacionalidade, ele não pretende cantar os dois hinos quando as seleções se enfrentarem na Rússia. "A primeira emoção vai ser quando ver meu nome na lista dos convocados. Depois, estando no campo ou no banco de reservas, vai ser um sonho de criança. Conheço uma parte do hino brasileiro, mas como eu defendo a seleção suíça, estarei focado 100% na Suíça."
Jogar no Brasil um dia
Flamenguista assumido, Léo avaliou a possibilidade de, um dia, atuar no futebol brasileiro. "Por enquanto não é meu objetivo, mas é claro que já pensei, já conversei com amigos que se um dia tiver uma boa proposta do Brasil, iria sim. Amo o Brasil, apesar de tudo de ruim que a gente vê na TV, sei que é um país maravilhoso e lindo", contou o zagueiro.
"Já conversei com o Hernani que joga comigo no Saint-Etienne, ele atuava no Atlético-PR, e já falamos de jogar juntos no Brasil. Tudo pode acontecer, não recusaria essa possibilidade. Estudaria bem a proposta, conversaria com a família, mulher e filhos para decidir", finalizou o jogador da seleção da Suíça.
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