João Emanuel foi notificado da decisão durante a operação 'Aprendiz', que cumpriu oito mandados de busca e apreensão, sendo que todos relacionandos ao parlamentar. João Emanuel negou qualquer irregularidade nos processos licitatórios da Câmara e disse estar à disposição do Gaeco para contribuir com as investigações.
A magistrada determinou o afastamento do parlamentar para que as investigações não venham a ser prejudicadas. "Certamente o afastamento de João Emanuel da presidência da Câmara irá contribuir com as investigações, permitindo que documentos sejam localizados e testemunhas sejam ouvidas sem o constrangimento de estarem prestando declarações contra a chefia”, diz a magistrada, em trecho da decisão.
Os agentes do Gaeco apreenderam documentos, computadores e outros materiais no Legislativo e em quatro residências, entre elas a do presidente da Câmara, João Emanuel Moreira Lima (PSD). Também houve buscas um Cartório de Serviço Notarial de Várzea Grande, região metropolitana na capital, em uma gráfica e em um escritório de contabilidade.
O Ministério Público Estadual (MPE) aponta suposta participação do parlamentar em um esquema de falsificação de documentos de terrenos, que seriam usados como garantia a agiotas para obter dinheiro a ser usado na futura campanha do parlamentar a deputado estadual nas próximas eleições. Conforme o MPE, os terrenos seriam pagos com a garantia de participação em processos licitatórios fraudulentos no Legislativo.
Essa não é a primeira vez que João Emanuel é afastado do cargo. Em agosto, os vereadores votaram pelo afastamento dele com a alegação de que ele não teria respeitado a proporcionalidade dos partidos na composição da CPI dos Maquinários que visava apurar supostas irregularidades na contratação de uma empresa de aluguel de máquinas para a Prefeitura, deixando de fora parlamentares da base. Além disso, eles denunciaram outras situações de suposta prevaricação e fraude na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Redação/G1-MT