A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) negou o pedido de visita íntima para o “Comendador” João Arcanjo Ribeiro, preso na Penitenciária de Pascoal Ramos, e a jornalista Maria Aparecida Vieira Leite, conhecida como Cida Montenegro. A decisão saiu um dia antes do bicheiro completar 56 anos de idade.
No despacho apresentado no final da tarde de ontem, o secretário-adjunto de Justiça, Carlos Alberto Santana, argumentou que a documentação apresentada na solicitação não cumpre os requisitos necessários, previstos na Lei de Execução Penal e no regimento interno dos estabelecimentos penais de Mato Grosso.
Mas ao contrário do que havia feito no início da semana, logo após receber o pedido de João Arcanjo, Santana decidiu não comentar seu parecer. Ele limitou-se a emitir uma nota, através da assessoria de imprensa, sem detalhar os motivos da recusa.
À noite, por telefone, Santana disse que além de recorrer na Justiça, a qualquer momento Arcanjo pode reformular a solicitação e anexar novos documentos.
No início da semana, o bicheiro havia apresentado pedido de visita íntima protocolando em anexo uma declaração de “união estável” entre ele e a jornalista Cida Montenegro. No documento, reconhecido em cartório, ambos declaram que se uniram em regime de comunhão absoluta de separação de bens e se comprometeram, entre outras coisas, a se dedicarem mutuamente, se esforçando no sentido de atingir a harmonia necessária em um relacionamento afetivo.
Depois dessa derrota, Arcanjo espera que hoje, dia em que faz aniversário, a direção do Sistema Prisional do Estado o autorize a ele receber a visita das duas filhas, Kelly e Cristiane Ribeiro, que moram em Cuiabá.
Através de seu advogado, Zaid Arbid, ontem, o comendador expressou oficialmente o desejo de ver as filhas nessa data, mesmo não sendo dia de visitas. A reivindicação ainda está sendo analisada, mas Carlos Santana se comprometeu em respondê-la hoje pela manhã. Assim como todos os detentos do raio 5, Arcanjo só recebe visita aos sábados.
Quatro pessoas, o máximo permitido, todas parentes, estão cadastradas no presídio para visitá-lo. Para que Cida Montenegro pudesse ter momentos íntimos com ele, um dos parentes teria de ser excluído da lista.
O advogado de Arcanjo não foi localizado pela reportagem. Já a jornalista Cida Montenegro, minutos após a divulgação do parecer negando a visita íntima, disse que ficou sabendo da decisão extra-oficialmente, mas preferia não comentá-la.
Indagada se recorreria contra a proibição, Cida disse: ”se alguém tem que fazer isso, esse alguém é o João, foi ele quem oficializou o pedido”.
DC