Demorou dois dias, mas o atacante Jô reconheceu que o gol da vitória do Corinthians sobre o Vasco, em jogo válido pela 24ª rodada do Brasileirão, saiu após a bola bater em sua mão. Após o “avaliar o lance em casa”, o atacante fez questão de reforçar que não teve qualquer intenção de tirar vantagem na jogada e que não poderia repetir o fair play de Rodrigo Caio por se tratar de uma situação diferente.
“Não tinha visto a imagem do gol. Chegando em casa, vi que a bola tocou no braço. Mas quero deixar claro que não quis trapacear. Os 19 gols que fiz [no ano] foram com suor e dedicação. Não tive intenção de colocar a mão na bola”, disse o jogador em entrevista coletiva realizada no hotel onde o Corinthians está hospedado para o jogo com o Racing, válido pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Além da polêmica do gol, Jô também foi muito questionado pela ausência de fair play no lance. Em abril deste ano, o jogador foi um dos pivôs da jogada que marcou o são-paulino Rodrigo Caio. Na ocasião, o zagueiro avisou ao árbitro Luiz Flávio de Oliveira que ele havia pisado na perna do goleiro Renan Ribeiro, isentando seu adversário. O fato fez o juiz cancelar o cartão amarelo que suspenderia o atacante corintiano.
“Assim como eu aplaudi e achei fantástica a atitude do Rodrigo Caio, muita gente queria ver uma atitude igual. Mas foi uma situação diferente. Eu me atirei na bola, não fiz movimento de jogar a mão primeiro. Muitos queriam que eu falasse que coloquei a mão. Se tivesse acontecido isso, eu falaria. Sempre dei a cara, num momento ruim não tenho por que me esconder”, declarou Jô.
O atacante reconheceu ter ficado chateado com a repercussão do caso, mas garante que recebeu ligações de apoio de outros atletas. “Fiquei chateado por julgarem o meu caráter. Recebi ligações de vários jogadores, gente apoiando. São coisas da vida.”
MUDANÇA NO BRASILEIRÃO – Na tentativa de minimizar os erros, a CBF já se pronunciou dizendo que vai implantar “o quanto antes” o recurso de árbitro de vídeo. A atitude foi aprovada por Jô. “Para mim, vai ser bom. Para todos vai ser bom. Eu nunca fui de falar de arbitragem. Se for para ajudar, não crucificar os árbitros, e beneficiar o Campeonato Brasileiro, é bem-vindo. Uma hora o teste teria que ser feito. Se vai ser no meio do campeonato, que todos entendam que é um processo, não será de uma hora para outra.”
OEstadãoConteúdoISTOÉ