domingo, 22/12/2024
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Jejé de Oyá visita Assembleia Legislativa

 

Com a saúde fragilizada depois de sofrer dois acidentes vasculares cerebral – (AVC), o colunista social José Jacinto de Siqueira, popular Jejé de Oyá, esteve  na presidência da Assembleia Legislativa, onde foi recebido pelo presidente da Casa de Leis, deputado José Riva (PSD). Acompanhado de seus procuradores Fábio Roberto da Silva e Willian Gama e de uma das organizadoras da Ação Entre Amigos, Barbara Fontes, Jejé também recebeu a atenção dos deputados federais Homero Pereira e Eliene Lime, ambos do PSD e Julio Campos (DEM).

Na oportunidade, os cuidadores de Jejé pediram o apoio da Assembleia Legislativa para o jantar beneficente que vai angariar recursos para melhorar as condições de vida do colunista. A verba arrecadada na ação entre amigos, intitulada de ‘Peixada Cuiabana By Jejé de Oyá’, permitirá ao colunista pelo menos um ano de moradia no Residencial Geriátrico Casa Nova, situado no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.“É uma residência adequada a idosos, onde Jejé terá atenção de profissionais especializados”, garante Bárbara. O período de um ano nesse residencial é de aproximadamente R$ 35 mil.

Riva garantiu que vai contribuir com a causa. “Jejé merece nosso apoio como pessoa humana que é, e também pela sua luta cultural desenvolvida em Cuiabá. Jejé tem uma militância e representatividade histórica”. O parlamentar disse que recentemente falou com a secretária de Cultura, Janete Riva, sobre a importância do colunista para a Capital e que, juntos, devem agendar nova visita para analisar como poderão ajudá-lo.

Atualmente, Jejé mora no bairro CPA IV, 1ª Etapa, com o seu procurador e compadre Fábio Roberto. A peixada será no dia 4 de maio, às 20 horas, no Cenarium Rural. O convite individual custa R$ 100 e mesa para cinco pessoas R$ 500. Informações com Bárbara pelo telefone 9996-4883.

TRAJETÓRIA – A trajetória de Jejé de Oyá está registrada no documentário feito por Willian do Nascimento Gama, um de seus procuradores. Confira: Famoso alfaiate e um dos primeiros colunistas sociais a retratar a sociedade cuiabana, Jejé de Oyá, radicado cuiabano, chegou à cidade aos quatro anos de idade, vindo de Rosário Oeste, localizada a cerca de 130 km de Cuiabá.

Jejé conta que veio morar na capital porque havia sido adotado por uma tradicional família cuiabana, já que sua mãe sofria de problemas mentais, colocando, dessa forma, sua vida em risco. Em Cuiabá, iniciou o estudo “técnico” de sapataria, na Escola Industrial de Cuiabá (EIC) atual Instituto Federal de Mato Grosso, mas logo desistiu do ofício por não suportar o cheiro da cola, ingressando por isso, na mesma instituição no curso de alfaiataria, mas após se envolver em um desentendimento com um de seus professores teve de deixar a escola para que o educador não prejudicasse seus estudos então, no Instituto Salesiano São Gonçalo foi matriculado, sob regime de internato novamente no curso de alfaiataria,“encontrando-se”profissionalmente e fazendo sucesso devido ao seu peculiar talento e a genialidade de seu mestre italiano.

Jejé iniciou costurando roupas sacerdotais, como: amitos, capas pluviais e até mesmo casulas. Vestes que somente ele costurava devido à dificuldade das peças. Não havia, para ele, rotina de trabalho, por ver naquele ofício algo tão prazeroso.

Nesta área, ele costurou para grandes homens mato-grossenses, como: Dom Aquino Corrêa e Dom Orlando Chaves. Quando saiu do internato continuou costurando, e mais uma vez para as pessoas de destaque da época, os grandes governadores e secretariados, juntamente com suas respectivas famílias. Lamentando a decadência do ofício, Jejé ainda comenta que só deixou a área porque começaram a surgir com grande força as “roupas prontas”(peças produzidas em grande escala), o que enfraqueceu o mercado da alfaiataria fazendo-o desistir da área. Atualmente, ele vive com a pensão de um cargo público federal no qual se aposentou.

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Parmenas Alt
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