Articulação por candidatura na eleição do ano que vem foi externada em carta a aliado de dentro do complexo penitenciário de Bangu, onde ele está preso
Preso desde agosto por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-deputado e presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, planeja se candidatar ao Senado em 2022.
Em uma carta a um aliado identificado apenas como “amigo José Carlos”, escrita à mão dentro do complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, Jefferson diz que sua candidatura daria uma “forte ajuda” ao presidente Jair Bolsonaro como “freio ao STF”.
Embora preso e enrolado por investigações em tramitação no Supremo, o ex-deputado não está inelegível e, até assinar a carta dizendo-se candidato a senador, o mais provável era que disputasse uma uma cadeira na Câmara.
Alvo de inquérito que apura a atuação de uma milícia digital, o ex-deputado está preso desde agosto por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Na carta, Roberto Jefferson chamou o magistrado de ”Xandão” e afirmou que Moraes e Valdemar possuem relação com o ex-ministro José Dirceu (PT).
”Xandão e Valdemar têm como amigo e consultor Zé Dirceu. A coisa está vindo por aí”, declarou.
O ex-deputado ainda se mostrou preocupado com a decisão da subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo. Na semana passada, Lindôra enviou um parecer ao STF defendendo a manutenção da prisão em razão do comportamento de Jefferson.
”A Lindora, mudando todas as suas posições, se manifestou pela continuidade da minha prisão preventiva”,
Dias depois, o STF manteve a prisão preventiva do presidente afastado do PTB , após a defesa pedir a revogação da medida ou sua ida para o regime domiciliar.
De acordo com a decisão de Moraes, ainda há necessidade de manter Roberto Jefferson preso por entender que a medida é “necessária e imprescindível à garantia da ordem pública e à instrução criminal”.
IG