O ministério japonês da Defesa anunciou nesta sexta-feira que suas forças estão preparadas para destruir o míssil que a Coreia do Norte promete lançar em meados de dezembro, caso o território do Japão seja ameaçado. O Japão instalou mísseis terra-ar Patriot PAC 3 na ilha de Okinawa (sul) e enviou três destróiers equipados com o sistema de radar Aegis e mísseis SM-3.
Enquanto isso, os Estados Unidos mobilizaram uma frota de navios de guerra na península coreana para monitorar o iminente lançamento do foguete de longo alcance. Fontes do departamento de Defesa ouvidas pela rede CNN afirmaram que a manobra pretende garantir segurança aos aliados dos EUA na região.
A Coreia do Norte promete lançar um foguete entre 10 e 22 de dezembro para colocar em órbita um satélite de observação da Terra, após corrigir os erros cometidos em outro lançamento, em abril, que terminou em completo fracasso. Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul afirmam que o lançamento do foguete é, na realidade, um teste de míssil balístico, o que viola as resoluções das Nações Unidas. O "foguete" norte-coreano deve sobrevoar o Mar Amarelo e o Mar da China Oriental, passando sobre Okinawa e as ilhas do extremo sul do arquipélago japonês.
Gastos – Também nesta sexta-feira, a Coreia do Sul pediu à vizinha Coreia do Norte que renuncie ao caro programa de mísseis de longo alcance e que reembolse as centenas de milhões de dólares de ajuda alimentar sul-coreana recebida pelo regime comunista nos últimos 10 anos.
As autoridades sul-coreanas forneceram à Coreia do Norte 2,6 milhões de toneladas de ajuda entre 2000 e 2007, em um total de 720 milhões de dólares. O auxílio era reembolsável em 20 anos com condições facilitadas, com um primeiro vencimento de 5,83 milhões de dólares. A quantia, que deveria ter sido paga em junho, não foi reembolsada, segundo o ministério sul-coreano dos Assuntos Intercoreanos.
"Apesar de não pagar sua dívida e de seu povo sofrer com a escassez de alimentos, a Coreia do Norte pretende lançar um míssil. É dinheiro esbanjado, que poderia ser utilizado para alimentar seus habitantes durante vários anos", criticou o porta-voz do ministério, Kim Hyung-Suk. Seul calcula em 1,3 bilhão de dólares os gastos de Pyongyang em 2012 para o desenvolvimento de mísseis.
(Com agência France-Presse)