A usina nuclear de Onagawa, na província de Miyagi (nordeste do Japão), registra vazamentos de água após o forte terremoto que atingiu o país na noite de quinta-feira –uma das dezenas de réplicas do tremor seguido de tsunami que devastou o país no dia 11 de março–, embora não tenha sido detectado um aumento da radioatividade por enquanto, informou a emissora estatal NHK.
Sobe para quatro o número de mortos após novo tremor no Japão
Outras duas usinas nucleares do leste japonês precisaram recorrer a geradores de emergência após perder a provisão elétrica externa pelo tremor de magnitude 7,4, que deixou ao menos quatro mortos e mais de 130 feridos.
A usina de Onagawa, muito próxima ao epicentro do terremoto, perdeu duas de suas três linhas elétricas externas, mas por enquanto está resfriando suas piscinas de combustível usado com a linha de provisão restante, informou a Agência de Segurança Nuclear do Japão.
Onagawa, que estava parada desde o devastador terremoto de 11 de março, sofreu a suspensão temporária dos sistemas de resfriamento após o terremoto de ontem, mas posteriormente os técnicos conseguiram recuperá-los.
A central de Higashidori, em Aomori, ficou sem a provisão elétrica externa após o tremor e agora está funcionando com geradores de emergência a diesel, embora no momento do sismo estivesse passando por uma revisão.
Também em Aomori, a central de processamento de resíduos nucleares de Rokkasho ficou sem eletricidade e opera com geradores de emergência.
OPERAÇÕES EM FUKUSHIMA
Na usina de Fukushima Daiichi, afetada por graves vazamentos em consequência do terremoto e do posterior tsunami do último dia 11, não foi detectado aumento da radiação acima do normal, segundo a agência nuclear.
Embora o tremor não tenha danificado o complexo nuclear de Fukushima, as operações de contenção ao vazamento radioativo foram prejudicadas já que os funcionários tiveram de ser retirados às pressas.
A operadora da usina nuclear, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), ordenou o esvaziamento imediato do local, por temor a um novo tsunami.
“Não tivemos de imediato nenhuma informação indicando que estaria acontecendo qualquer coisa de anormal na central”, anunciou um porta-voz da tepco. “A injeção de água nos reatores 1, 2 e 3 prossegue sem problemas”.
“Continuamos, também, a introduzir nitrogênio no reator 1, e os parâmetros não assinalam nada de anormal”, acrescentou.
APAGÕES E INCÊNDIOS
O tremor foi registrado pelo USGS às 23h32 (11h32 em Brasília) e com epicentro a 98 km de Sendai e 144 km de Fukushima, as regiões mais atingidas pelo terremoto do último dia 11. Um alerta de tsunami chegou a ser emitido mas foi suspenso uma hora e meia depois.
O abalo foi sentido em Tóquio, a 400 km ao sul, onde os prédios e as casas tremeram durante várias dezenas de segundos.
A NHK, TV estatal japonesa, disse que foram registradas diversas ocorrências de incêndios e cortes de energia elétrica na região.
“Concluímos que o fenômeno desta quinta-feira foi um tremor secundário ao de 11 de março”, declarou um porta-voz da Agência Meteorológica do Japão em entrevista à imprensa.
Segundo a emissora NHK, escapamentos de gás e inundações foram observadas em algumas partes da cidade de Sendai.
A agência de notícias Jiji relatou cinco incêndios e 13 escapamentos de gás na cidade.
Cortes no fornecimento de energia elétrica também foram registrados nas províncias vizinhas de Aomori, Iwate e Akita.
TERREMOTO DEVASTADOR
Em 11 de março, o pior terremoto da história do Japão causou um tsunami que devastou a costa nordeste do país, principalmente na região de Fukushima, Sendai e Miyagi.
Ao menos 12.600 pessoas morreram e outras 14.700 estão desaparecidas desde o terremoto de março, segundo o balanço mais recente da Polícia Nacional japonesa. Outras 250 mil pessoas estão desabrigados.
O terremoto danificou ainda a usina nuclear de Fukushima Daiichi, causando uma crise nuclear que afetou até a produção de alimentos no país.