Documentos da Operação Rio-Centro, mostram que alguns integrantes da Polícia Militar de Mato Grosso elaboraram codinomes para incluir políticos, advogados e jornalistas como membros de uma quadrilha de traficantes e, com isso, conseguir autorização judicial para quebrar o sigilo telefônico deles sem chamar a atenção do Poder Judiciário.
Mesmo sem qualquer indício de participação, os números de políticos, advogados, médicos e jornalistas foram incluídos numa investigação conduzida pelo Núcleo de Inteligência da PM sobre policiais militares que estariam envolvidos com tráfico de drogas.
Na lista da PM, a deputada estadual Janaina Riva (PMDB) era ?Janair?. O blogueiro José Marcondes dos Santos – mais conhecido como Muvuca ? também tinha, segundo a Polícia, ligações como o mundo tráfico e era apelidado de ?Mumu?.
O ?Sergito?, que também faria parte do esquema criminoso, na verdade, é um médico do município de Alta Floresta e se chama Sérgio Dezanetti. Outro que está na lista é o médico perito Paulilineli Fraga Martins, na seleção de pessoas ?grampeadas? passou a ser o ?Nelinho?. Já o médico ginecologista do Hospital Santa Rosa, Luciano Florisbelo da Silva, era identificado apenas como ?Luciano?.
Hugo Miguel de Oliveira, médico na Policlínica de Várzea Gre, e o analista da vice-governadoria do Estado, Vinicius Correa Pacheco de Oliveira, eram os ?Marcelos? na seleção de nomes que tiveram os aparelhos telefones supostamente interceptados.
A filha do ex-bicheiro João Arcanjo, Kelly Arcanjo Ribeiro Zen, é chamada de ?Careca? e é apontada como comparsa do sargento Clemilson, um dos traficantes investigados.
O advogado José Ferreira Leite, não tinha codinome, porém, era considerado pela Justiça um capanga na Fazenda Grendene, ou seja, uma espécie de guarda-costas dos criminosos.
As interceptações tiveram início em outubro de 2014 e os nomes foram incluídos até agosto de 2015, como o desembargador José Ferreira Leite, também tratado como capanga da fazenda, localizada em Cáceres.
A denúncia das escutas ilegais foi feita pelo promotor de Justiça, Mauro Zaque, em 2015, quo era secretário de Estado de Segurança Pública. Ele garante que apresentou as informações ao governador Pedro Taques (PSDB), que informou que o documento nunca chegou às suas mãos e também determinou apuração a respeito do assunto no Estado.
Grampos foram feitos em 2014 e 2015
Interceptações clestinas feitas por policiais militares começaram no governo Silval Barbosa, em outubro de 2014 e foram até agosto de 2015
|
Fonte:RepórterMT