O Itaú, segundo maior banco privado do Brasil por ativos, e o Unibanco, o terceiro do mercado, anunciaram hoje que se fundirão para criar um dos 20 maiores conglomerados financeiros do mundo.
A associação vem sendo negociada ao longo de 15 meses. A operação prevê que acionistas do Unibanco Holdings e do Unibanco migrarão para uma nova instituição chamada Itaú Unibanco Holding. A relação de troca prevista é de 1,7391 units do Unibanco para cada ação da nova instituição.
Após a operação, a Itaúsa, holding do banco Itaú, deterá 66% da IU Participações, empresa que terá o controle do Itaú Unibanco Holding. O restante será detido pelos controladores do Unibanco.
Os controladores da Itaúsa e Unibanco constituirão uma holding em modelo de governança compartilhada. A presidência do Conselho de Administração ficará a cargo de Pedro Moreira Salles e o Presidente Executivo será Roberto Egydio Setubal.
Itaú e Unibanco “decidiram se unir para criar um conglomerado com valor de mercado que o situa entre as 20 maiores instituições financeiras do mundo e a maior do Hemisfério Sul, com plena capacidade de competir com os maiores bancos no mercado global”, diz a nota.
A operação, explicam as instituições, surge em um “momento de grandes mudanças no mundo”, referindo-se à crise mundial no sistema financeiro.
“Consideramos da maior importância que se faça, nessa etapa de crescimento sustentável do Brasil, movimentos de fortalecimento das grandes empresas nacionais, a exemplo do que vem ocorrendo em outros setores da economia, ampliando continuamente nossa capacidade competitiva”, afirma o documento, assinado pela assessoria dos dois bancos.
Segundo a nota, os clientes do Itaú e do Unibanco “passarão a contar com mais facilidades e serviços”. “Para eles, nada muda operacionalmente neste momento. Todos continuarão a utilizar normalmente os diferentes canais de atendimento, cheques, cartões e demais produtos e serviços”, explica o comunicado.
Ações
“As ações ordinárias do Unibanco e da Unibanco Holdings de titularidade dos acionistas não controladores serão substituídas por ações ordinárias do Itaú Unibanco Holding, observando a mesma relação de troca que foi negociada entre as partes para a substituição das ações ordinárias dos controladores da Unibanco Holdings”, informou o Itaú.
Para as ações preferenciais, a relação de troca foi fixada com base na cotação média de mercado, na Bovespa, nos últimos 45 pregões, das Units (certificados de ações que representam, cada um, uma ação preferencial do Unibanco e uma ação preferencial da Unibanco Holdings) e das ações preferenciais do Banco Itaú Holding Financeira S.A.
A conclusão da reorganização societária depende da aprovação do Banco Central (BC) e de outras autoridades.
Raio-x dos bancos
A nova instituição, segundo Unibanco e Itaú, será uma das 20 maiores do mundo e a maior do Brasil, com ativos totais de R$ 575,1 bilhões, dos quais R$ 396,6 bilhões do Itaú, de acordo com dados do final do terceiro trimestre do ano.
O patrimônio líquido do Itaú Unibanco Holding será de R$ 51,7 bilhões e a instituição combinada terá 265 bilhões de reais sob sua administração.
Os bancos marcaram para final de novembro e início de dezembro assembléias para aprovação das incorporações.
O conselho de administração do Itaú Unibanco Holding terá 14 membros, dos quais seis serão indicados pela Itaúsa e pela família Moreira Salles. Os oito membros restantes serão independentes.
(Com Valor Online, Reuters e EFE-U.Seg)