Em comunicado, governo israelense disse que ordenou a devolução do equipamento à agência da Associated Press
Horas após anunciar o corte da transmissão ao vivo da agência de notícias americana The Associated Press (AP) em Gaza, Israel informou que revogou o corte do sinal depois que a Casa Branca pediu o seu restabelecimento. “Ordenei agora anular a decisão e a devolução do equipamento à agência AP”, declarou o ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, acrescentando que o Ministério da Defesa “deseja examinar o assunto da retransmissão […] em relação com o risco” para as tropas israelenses que operam no território palestino na guerra contra o Hamas. Pela manhã, Israel tinha cortado a transmissão ao vivo em Gaza, argumentando que teria violado a nova lei de imprensa, a qual já utilizou para encerrar as atividades da rede de televisão Al Jazeera. O Ministério das Comunicações de Israel afirmou em comunicado, por sua vez, que a AP capturava regularmente fotografias da Faixa de Gaza a partir da varanda de uma casa em Sderot, na fronteira com o território palestino, “inclusive focando nas atividades dos soldados (israelenses) e na sua localização”.
A Casa Branca considerou a interrupção como “preocupante” e pediu o restabelecimento do sinal ao vivo da agência, enquanto a ONU classificou a decisão como “terrível”. A agência norte-americana atribuiu a medida “ao uso abusivo, por parte do governo israelense”, da nova lei de radiodifusão estrangeira do país, votada no início de abril e que autoriza a proibição da transmissão em Israel de meios de imprensa que coloquem em risco a segurança do Estado. A A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classificou a decisão das autoridades israelenses como uma “censura escandalosa”, e condenou a “apreensão” do material de trabalho da empresa. A censura militar de Israel proíbe a publicação de imagens ou informações que possam comprometer a localização de soldados ou instalações militares israelenses.
JovemPan