O Fatah, partido palestino que controla a Cisjordânia, disse que os corpos seriam de integrantes de seu braço militar e que um quinto integrante ainda está desaparecido.
O Hamas, movimento islâmico palestino que controla a Faixa de Gaza, confirmou o incidente, acrescentando que retirou quatro corpos do mar.
Segundo o jornal israelense “Haaretz”, o incidente seria o último de uma série de ataques recentes de grupos armados palestinos contra Israel. O país estabeleceu um bloqueio ao território palestino em junho de 2007, após o Hamas ter assumido o controle sobre a Faixa de Gaza.
Na semana passada, as Forças Armadas do país atacaram uma frota de barcos que carregava centenas de ativistas pró-Palestina, e tinha como missão levar ajuda humanitária para Gaza. Israel disse que os barcos tinham finalidades terroristas.
Nove pessoas morreram na operação. Novas fotos No domingo, uma organização não-governamental turca, IHH, divulgou fotos do ataque ao barco em que ocorreu a ação que levou à morte dos nove ativistas, o Mavi Marmara, de bandeira turca.
A ONG diz que as imagens mostram os ativistas sendo condescendentes e prestando primeiros socorros aos soldados israelenses feridos durante a operação.
Israel alega que as imagens apenas comprovam a versão israelense de que seus soldados agiram em legítima defesa ao serem atacados pelos ativistas. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deve prestar uma homenagem aos mortos – oito turcos e um portador do passaporte americano criado na Turquia – em uma visita a Istambul, onde participa nesta segunda-feira de um encontro sobre segurança regional.
No domingo, o embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren, disse que seu país não pedirá desculpas à Turquia pela morte dos nove ativistas.
“Israel não pedirá perdão por ter tomado as medidas necessárias para defender seus cidadãos e não se desculpará por ter feito o que foi preciso para defender as vidas de nossos soldados”, afirmou Oren à rede de TV americana Fox News.
Inquérito internacional Oren disse ainda que Israel rejeita a proposta de um inquérito internacional sobre a operação. “Rejeitamos uma comissão internacional”, disse ele à Fox.
“Israel tem a capacidade e o direito de se auto-investigar e não de ser investigado por qualquer comissão internacional.” A proposta de uma investigação envolvendo outros países foi discutida em um telefonema na manhã deste domingo entre o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o premiê de Israel, Binyamyn Netanyahu.
Pelo plano, a comissão incluiria representantes dos EUA, Turquia e Israel, que reportariam suas conclusões ao primeiro-ministro da Nova Zelândia.
No domingo, os ministros do Exterior de França e Grã-Bretanha pediram a Israel que aceite no mínimo uma “presença internacional” na investigação do incidente.
“Acreditamos que deve haver no mínimo uma presença internacional na investigação”, disse o ministro britânico, William Hague.
Já o ministro francês, Bernard Kouchner, sugeriu que a União Europeia adote um papel mais importante na provisão de ajuda humanitária para Gaza e na restrição à entrada de armas no território. “A União Europeia deve participar mais, politicamente e concretamente, do que já faz – e já o faz bastante”, disse Kouchner.
BBCBras/U.Seg