quinta-feira, 07/11/2024
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Irresponsabilidade da Sanecap por colapso de água sacrifica mais de 30 mil famílias de Cuiabá

Pelo menos 20 mil famílias de Cuiabá, a maioria nas regiões da Grande Morada da Serra (Norte) e Pedra 90 (Sul), estão sem abastecimento de água da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap) até mesmo para as necessidades essenciais. Além do quadro desesperador de não dispor do precioso líquido sequer para beber ou cozer, há o agravante das doenças respiratórias, especialmente nas crianças, por causa do tempo seco, poeira e queimadas.

Levantamentos preliminares de técnicos da extinta Companhia de Saneamento do Estado (Sanemat), a pedido da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros (Ucamb), revelam que, se a Prefeitura de Cuiabá tivesse investido, nos últimos três anos, ao menos 25% do prometido, em 2004, a situação seria menos grave. “O que ocorre é uma irresponsabilidade tanto da prefeitura quanto da Sanecap”, avalia o vice-presidente da Ucamb, Moacy Alves Carvalho.

A situação é dramática na região apelidada por líderes políticos como “pentágono da miséria”, que vai do Altos da Glória até o Doutor Fábio II, passando pelo Jardim 1º de Março e 2ª etapa do Três Barras, entre outros bairros. Por conta disso, líderes comunitários do Altos da Glória e outros bairros realizaram, na manhã desta quinta-feira (04/09/08), protesto para exigir que a Sanecap resolva o problema.

“O prefeito veio aqui, há mais de um ano, e prometeu que, em dezembro, viria tomar banho conosco… até hoje, ficou na promessa”, reagiu o líder comunitário Luiz Estevão Moreira, do Altos da Glória.

A caixa de água da residência do zelador Benedito dos Santos Soares, 61 anos, no Altos da Glória, só tem poeira há mais de uma década. “Nunca subiu água na caixa de cima, mas, agora, vem tão fraco, que nem mesmo a caixa de baixo está enchendo”, argumenta Santos Soares, pai de oito filhos, dos quais dois são menores. Ele percorre cerca de três quilômetros para pegar dois galões de 20 litros, cada, na “Bica do Três Barras”, no fim da Avenida Sabiá, divisa com a quarta etapa do CPA-IV.

Para o pedreiro aposentado João Paulo de Oliveira, 71 anos, pais de 10 filhos, o caso é muito mais grave: com problemas de coluna, ele ainda é obrigado a percorrer mais de 800 metros com galão de água nas costas.

A estudante Gisélia Alves de Oliveira, 22 anos, mãe de dois filhos, sendo que a caçula é a pequena Karine, de nove meses, percorre dois quilômetros da segunda etapa do Três Barras até a “bica”, duas vezes ao dia. “É muito sofrimento”, reclama Gisélia Alves, que, sem qualificação exigida pelo mercado de trabalho, desde 2006 não consegue arranjar emprego.

O mesmo sofrimento passa Alessandra da Conceição, 26, mãe de dois filhos e que, também, cria dois filhos da irmã. “Só Deus para olhar pela gente. Não temos água nem pra beber”, reclama Alessandra.

História triste mesmo é das irmãs Maria Augusta da Silva, 73, Amélia da Silva, 84, e Luzia de Oliveira, 86, que vivem sob o mesmo teto no Altos da Glória. Sem uma gota d”água na caixa elevada.

Todas têm problemas de saúde que vão de osteoporose até diabetes, passando por “bico de papagaio” na coluna e pressão alta, entre outros. “A luta é diária para conseguir água. Às vezes a gente compra, mas nem sempre tem dinheiro. A minha filha

Ronaldo Pacheco

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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