O governo de Nouri al-Maliki perigava , após a decisão do movimento do líder radical xiita Moqtada Al-Sadr de suspender sua participação na coalizão de União Nacional do primeiro-ministro al-Maliki, por considerar uma provocação o encontro deste último com o presidente americano, George W. Bush, previsto para quinta-feira em Amã.
No terreno, cerca de 20 pessoas foram mortas no Iraque, vítimas da violência confessional que fez mais de 13.000 mortos em quatro meses, segundo um informe das Nações Unidas.
“O grupo de Sadr suspende sua participação no governo e no Parlamento, em sinal de protesto contra esta visita, que consideramos uma provocação contra o povo iraquiano”, anunciou num comunicado.
“Os iraquianos sofrem com a ocupação americana e só querem o seu fim, assim como se livrar dos takfiri (extremistas sunitas), que matam sem distinção, como vimos recentemente no massacre de Sadr City, onde os carros-bombas explodiram com a ajuda dos americanos”, acrescentou.
Enquanto isto, Maliki chegou ao final da tarde a Amã, onde deve se encontrar nesta quinta-feira com o presidente Bush como parte da procura de uma estratégia para conter a explosão da violência no Iraque.
Um breve encontro previsto para hoje à noite entre Maliki, Bush e o rei Abdullah II foi anulado.
Segundo nota do serviço confidencial da Casa Branca, publicado hoje pelo jornal New York Times, o governo americano duvida da capacidade de Maliki de enfrentar a violência religiosa no país.
“As intenções (do Premier) parecem boas quando ele fala com os americanos (…). Mas a realidade nas ruas de Bagdá sugere que ou Maliki ignora o que acontece, ou não descreve convenientemente suas intenções, ou que ainda suas faculdades não bastam para traduzir em atos suas boas intenções”, escreveu o assessor para a segurança nacional, Stephen Hadley.