O Irã teve na terça-feira novas discussões com a Rússia sobre seu programa nuclear, pouco antes de Moscou e outras grandes potências debaterem possíveis novas sanções das Nações Unidas ao país.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, reuniu-se em Teerã com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que mais uma vez prometeu não se curvar à crescente pressão ocidental para abandonar as atividades de enriquecimento de urânio.
Autoridades dos Estados Unidos dizem que as seis grandes potências (EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) se reúnem novamente na quinta ou sexta-feira em Londres para discutir as novas medidas contra o Irã, apesar de a República Islâmica insistir no caráter pacífico de suas atividades.
Embora os EUA não descartem uma ação militar contra o Irã, uma porta-voz da Casa Branca repetiu na terça-feira que a diplomacia é o caminho preferido.
“Não há intenção de bombardear o Irã. Estamos na trilha democrática. Estamos trabalhando com nossos parceiros no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou.
Em visita a Teerã na semana retrasada, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que não aceitaria ações militares contra o Irã. A Rússia afirma que o diálogo é a única forma de atenuar as tensões.
“Sanções econômicas unilaterais contra o Irã não vão ajudar o continuado esforço coletivo”, afirmou Lavrov a agências russas de notícias durante a visita, numa aparente referência a novas medidas punitivas anunciadas nesta semana pelos EUA.
Segundo ele, a Rússia “permanece firmemente a favor de uma resolução pacífica” da disputa.
Uma TV iraniana disse que a visita de Lavrov durará dois dias.
Ahmadinejad declarou em discurso que o Irã não vai recuar e rejeitou as ofertas norte-americanas de negociações mais amplas caso o país suspenda as atividades nucleares mais importantes.
“Esta nação não vai negociar com ninguém os seus direitos óbvios e legais. A nação iraniana não precisa [dos Estados Unidos] da América”, afirmou.
(Reportagem adicional de Christian Lowe e James Kilner em Moscou, Mark Heinrich em Viena, Arshad Mohammed em Washington, e Zahra Hosseinian e Reza Derakhshi em Teerã)
OESP